229. - O vazio que deixou meu Filho se notava até no ar...
As longas horas de saudade! Tu as conheces, sabes o que é essa melancolia profunda... Tratava de vivê-las com um sorriso e somente dentro de Mim... O vazio que meu Filho tinha deixado, se percebia ainda no ar... Parecia-me viver em um mundo diferente...
Depois, pensando em sua glória, se desvanecia em Mim a melancolia, mas como criatura humana e sobretudo como mãe, sofria o que tu sofres... Parecia-me às vezes ouvir sua voz de menino, quando em Nazaré brincava no jardim...
Era um jardim para nós com rosas na primavera. Na realidade, era um pequeno horto. Ali ficaram sentimentos e pensamentos que nós trocávamos naquelas tardes... Essa pequena grande vida!
Toda vida humana, pequena e grande, é dom do Criador para a felicidade eterna! Por isto, houve a Redenção: para que todos pudessem ser felizes! O que vivia às vezes era para Mim incrível: "Viverei um sonho", me dizia a Mim mesma, mas olhava Jesus, sentia que Deus é uma realidade.
Pensamentos, sensações, recordações... Aqui voltam as lembranças e se revivem momentos importantes ou não. Tudo forma parte de nós:"Mãe, virão a encontrar-nos em seu tempo... Não mais encontrarão o jardim, mas tu dirás a eles como era..."
Jesus falava de vós e Eu não compreendia... "Virão e não mais encontrarão o jardim..."
Vós o haveis encontrado em minhas narrações, em minha história: muitas rosas na primavera, mais além as oliveiras e um pedaço de terra cultivada como horta, uma pequena horta que cheirava a erva... Um banco de pedra: três lugares, mas normalmente Eu me sentava com Jesus e José ficava diante de nós num tamborete que trazia da oficina. E vós, quando virdes ao jardim conosco, tragam vossos tamboretes. Não temos outros para vós, mas temos as rosas, as ervas e o coração para vós!
23 de março de 1987
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