222. - Quando chegaram em minha casa, Eu vos abri a porta e o Menino Jesus veio ao vosso encontro.
Naquela época era diferente a vida naquele país. Tudo era mais simples. Eu olhava pela janela de minha casa em Jerusalém, quando vivia aquelas horas que tu vives. As árvores de azeitonas e meu coração tremiam com a lembrança de Jesus no horto das oliveiras...
Todas as lágrimas por sua Paixão as saboreei... E naqueles dias vinham sempre os apóstolos, é claro, quando não estavam muito longe, para reviver comigo as lembranças.
Quando se viveu a dor, a alma se torna mais sensível... Jesus sabia que dizia uma grande verdade, uma verdade desde sempre, quando disse "Bem aventurados" os que sofrem. O sofrimento enaltece o espírito. Às vezes, me parecia ouvir a voz de Jesus...
"Filho, és tu que fala ao meu espírito?" "Mãe, Eu falo ao teu espírito: escuta o amor!". Continuava a vida, aqueles dias, aquele escutar... E a Igreja crescia! Os apóstolos obravam milagres em nome de Jesus. E Lucas escutava Sua história. Viram aquelas aldeias, agora cidades, contemplaram aquela luz dourada que eu também vi...
Chegaram em minha casa, Eu vos abri a porta e Jesus Menino veio ao vosso encontro... "Mãe, passaram tantos, tantos anos! E agora chegaram". Estiveram conosco... Voltareis? Deixemos o mistério, coloquemos em seu lugar a esperança. A casa, o lar, nossos corações estão sempre à espera de vós! Agora a terra treme, há pouco sol, faz falta a oração e faz falta, sobretudo, como sempre, o amor que é prece.
Então, quem ama não tema nada. O caminho correto tem essas pegadas. Em Getsêmani Jesus suou sangue e, pensando nisso, meu coração tremia. E quando ressuscitou foi uma explosão de glória.
"Bem aventurados os que sofrem!". Ele conheceu a dor e também Eu e muitos de vós também. "Bem aventurados".
Tereis a glória!
19 de abril de 1986
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