O homem estará completo em si mesmo quando tudo estiver unido nele: alma, corpo e sentimentos puros.

224. - Regressará Jesus, todos o verão e para vós regressa sempre.

Quando vivia em Jerusalém aquela saudade e aquele pesar, que tu conheces e vives, tinha, no entanto, no coração essa esperança que a ti temos levado com nossas vozes. Vivia com as lembranças e ao mesmo tempo já projetada nesse futuro que então sonhava e que agora vivo e que não é futuro, mas que é feito de todo tempo, mais além do tempo.

Aqui é muito belo viver. Eu vivo com o corpo e com a alma. Minha imagem é a de sempre e minha alma se vislumbra através dela. Não podia morrer o primeiro templo! A menor igreja sou Eu, Myriam, em Mim o corpo de Deus e minha alma, por isso, também por isso, foi glorificado e assim se vislumbra em meu rosto.

O homem estará completo em si mesmo quando tudo estiver unido nele: alma, corpo e sentimentos puros. Minhas mãos acariciaram Jesus, lavaram-no quando era criança,  deram-lhe alimento. Podiam minhas mãos morrer? Meus olhos viram-no: podiam fechar-se para sempre?

Os apóstolos me contavam o que tinham feito e dito quando passavam por minha casa. Sempre vinha visitar-me Myriam de Magdala, até quando partiu para retirar-se em  oração. Com ela falávamos de Jesus e isso já era uma oração. Minha vida, então, era intensa de sentimentos como sempre foi.
Recordava o tempo de Jesus e sua Paixão. Sua Paixão! Esta santa Paixão e a  Ressurreição! O que sucede com todos: sofrimento e depois vida! Dor e felicidade. Quanto mais dor, mais felicidade. Não obstante, a dor seigue sendo um mistério. "Senhora, teu filho é Deus e poderia então voltar à terra..."

A esperança de Myriam de Magdala: "Ele volta invisível para ver a terra, Ele está em todas as partes, mas voltará somente quando o  Pai quiser, no final, para julgar, para mostrar-se em sua glória..."
Voltará Jesus e todos o verão... E para vós volta sempre, é quase como se tu já o visse quando o escutas, e tu que escreves  páginas e libros, lhe amas cada vez mais, Ele está convosco e convosco está a paz. Convosvo está a luz que vos atrai. Essa que sempre  trouxe.

Preparava para João as mesmas cosas que Jesus gostava, verdura, leite azedo, pão e mel! Tinha uma pequena colméia, mas era João que se ocupava em recolher o mel. Jerusalém na realidade não está tão longe de Nazaré, mas Eu não fui nunca mais para Nazaré. Não era minha a saudade dessa terra, a saudade era por causa de Jesus e dos meus e do querido José, e agora todos estão comigo e sorriem a vós Comigo.

É um tempo triste para a Igreja, a luta é grande, mas a Igreja é de Jesus e o sois também vós que o amais. Defendei-lhe, amando-lhe sempre, e orai o melhor que saibais, na forma que vos seja mais natural. Com sentimento puro, nunca somente com palavras. Neste tempo de falsos profetas e falsos milagres, milagre é um verdadeiro profeta. Os profetas ocultos e humildes, sem muita gente ao redor deles: os verdadeiros profetas.

Os profetas não devem ser perturbados mas defendidos. A Igreja triunfará sempre e também o bem. Em Nazaré, quando Jesus era muito pequeno (acabávamos de voltar  daquela casa), Ele desejava ajyudar José e José fez um banquinho para poder alcançar a altura de sua bancada de carpinteiro. Esse banquinho  levei para Jerusalém e deoips de Mim o teve João.

-"Precisamos consertar. Tem muito valor...". Assim disse João para o homem que ia consertar porque o cupim consumiu uma perna.

-"É feito de madeira tosca, que valor pode ter?" falou o homem.

- "Foi de um Rei! disse João".

E depois João falou de Jesus para aquele homem que sabia da Paixão, mas não estava seguro da Ressurreição, e então ficou seguro:

"Foi uma honra consertar este banquinho. De um rei? Do Rei dos reis! Este pobre e precioso  banquinho voltou a dar vida à minha alma depois que você me falou daquele menino que o usava: o Rei dos reis! Esse Jesus do qual sabia em parte a vida, mas não conhecia o que tu me  dissestes...".

2 de agosto de 1986