"Minha vida em Nazaré" Giuliana Buttini
211. - Nestas manifestações minhas, há muito amor.
Minha voz fala à vossa alma, meu coração fala ao vosso. E estou convosco, como sempre, quando vós pensais em Mim! A prece é também estarmos unidos: próximos. E ser escutados, é escutar-vos Nós a vós.
Nestas manifestações minhas há muito amor, penetro no tempo mesmo estando no meu Céu: aquele Reino prometido por Jesus.
Vivo com Jesus, vivo com os santos, vivo com os felizes, com os anjos! Na terra, em Nazaré, com frequência estava cansada à noite, como a esta hora, depois de um dia de trabalho: a horta, a cozinha e cada fadiga, que não obstante realizava com vontade: para Jesus, para José...
Minha vida de então era como a vida de vós, o trabalho, a oração... Sentimentos que se alternavam em Mim de felicidade olhando Jesus, de dor pensando no que sofreria...
A espada no coração! Meu coração traspassado! E voltam a mim as lembranças, volto à Nazaré, acendo a lareira: "Filho, vem esquentar-te..." E Jesus pequeno, com o rosto iluminado pela chama...
E lembro o tempo da nostalgia quando Jesus já não estava comigo e Eu vivia com João. "Senhora, penso sempre no Rabi e suas palavras..." "João, quantos virão no tempo e viverão daquelas palavras!".
O dia em que veio a Mim Lucas e me perguntou por Jesus, lhe contei tudo. "Tão somente tu, Senhora, podias dizer-me estas palavras sobre Ele".
Lucas falou de Jesus, escreveu sobre Jesus depois de ter-me escutado. Era um homem alto de cabelo cinza e olhos claros. "Somente tu podes dizer-me o que sentiste quando o anjo te anunciou sua vinda!".
Vós sabeis tudo isto, mas não podeis saber tantos pensamentos meus, tantos sentimentos. Vós Me vedes nos altares, vestida de seda, coberta de pérolas, pensai em Mim como era em Nazaré: um vestido tecido de trama bordada, um lenço branco, as sandálias de couro que se usavam então.
"Mãe, terás muitas pérolas, terás muitas flores!". Então não entendia aquelas palavras de Jesus que, como Deus, tudo sabia e quando menino me falava... Ele via no tempo por sua natureza divina. Ele por sua natureza humana fazia suas corridas no jardim... As pérolas... as flores... São vossas obras de amor, que Eu como pérolas e flores as acolho, as entrego para Jesus por vós. E vós tendes seu sorriso... O Sorriso de meu Filho, o sorriso de Deus! Luz: Ele é luz. Amor: Ele é amor! Desejo que vós O ameis cada vez mais, desejo isto para vós.
E voltando às minhas lembranças, lembro de uma manhã de sol. Era primavera, o ar era leve, Jesus brincava no jardim e José cantava na oficina.
"Como deter o tempo? Como afastar a dor?" Eu era uma criatura, temia a dor, não queria perder Jesus, mas ao mesmo tempo sabia que não era meu... Tinha aceitado a vontade de Deus, minha humanidade estava então sufocada pelo amor a Deus.
"Myriam...!"
Entrei por vós no tempo para dizer-vos uma vez mais do amor de meu Filho por vós!
1 de dezembro 1985
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