173. - A indiferença de muitos agora, eis aqui porque choram minhas imagens.
Os Magos reconnheceram Deus em Jesus. Jesus sorria quase tímido...
Éramos pobres e aqueles presentes eram demasiado preciosos...
Somente conservamos o cálice, posto que (o compreendi depois) devia servir para Jesus instituir a Eucaristia. "Mãe, guarda com cuidado, oculte este cálice...".
Depois recordando aquelas palavras compreendi: o corpo e sangue de Cristo devem ser respeitados ao máximo...
O cálice leva o que é mais precioso, e deve ser precioso, Mateus me disse um dia: "Senhora, escrevi para fazê-los recordarem sobre aquele dia no qual vieram a encontrar Jesus aqueles reis e lhe trouxeram aqueles presentes...".
"Mateus, quantos crerão e quantos dirão que isto é uma fábula?".
Sentia que muitos não acreditariam em Jesus, e meu coração padecia dolente.
Sentia... e agora sei quantos há que não acreditam n'Ele!
E sobretudo minha dor era pela indiferença de muitos. A indiferença de muitos de agora, eis aqui porque choram minhas imagens.
Com João vivia por aquele tempo em Jerusalém e depois em Éfeso. Voltava algumas vezes a Nazaré, abria a pequena casa, entrava quase para escutar o eco de uma pequena voz, de uma gargalhada de menino...
Quem conhece a nostalgia compreende meu sentimento de então e Eu, Myriam, vos
compreendo a vós e vossa nostalgia.
Não deveis pensar: "não voltarão...". Eles voltam sempre a vós e vos abraçam, vos protegem, vos sorriem. Eles tem voltado em tantos momentos de vossa nostalgia e de vossa dor.
Lucas me perguntava muitas coisas: "Senhora, não quero perguntar demasiado, mas queria saber tudo daquele Jesus que sinto que amo tanto...".
"Lucas, meu Filho me dizia sempre que quem o tivesse amado lhe teria podido ver... O rosto de Deus se vê com a alma cheia de amor por Ele. O rosto humano de Deus é o rosto de Jesus".
E o outro rosto de Deus, aquele sobre humano é precisamente sobre humano e no Reino podereis gozá-lo com Sua presença.
Uma manhã de suave vento ia ao mercado por causa das provisões, pensava em meu Filho, que já tinha ressuscitado, por isto vi, como milagre, seu rosto sorridente: "Mãe, te levarei o cesto mais pesado!".
6 de Janeiro de 1985
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