"A fé não é fé se não atua, assim também o amor não é amor, se do " amor, não brota a caridade!

177. - Cristo deseja o amor ativo: a caridade!.

Tiago, o irmão de João era bom e doce, tímido mas forte. Andou longe para levar a palavra de meu Filho e naquela terra houve muita fé e desta terra surgiram grandes santos.

Os apóstolos falavam em aramaico, mas pelo dom de línguas que tinham recebido com o Espírito eram compreendidos por todos. Cada um os escutava em sua própria língua.

Quando Tiago falava de Jesus esquecia sua timidez e habitava nele sua doçura ao descrevê-lo:

"Diante de nossa vista um homem que parecia não tocar o solo...
Seu caminhar majestoso era de rei e suas roupas eram pobres. Deteve-se diante de nós, dirigiu aquele olhar belíssimo sobre nós. Senti estremecimiento, doçura, amor emoção... mudei dentro de mim, naquele momento me converti em outro...
Tantas preocupações... um só pensamento: não é um como os demais, como nós. É rei vestido de pobre, ou é um grande profeta... Não era um profeta, Jesus era, e é, o Rei dos reis! Deus de Deus e viveu conosco.

Conosco, nas noites estreladas e frias, olhando o céu e nossas almas, compartilhando conosco o pão,  falou conosco das coisas maiores e misteriosas: fé e amor...".

"Senhora, falarei assim a todos, irei longe para que todos saibam de Jesus, para que o que disse e fez se saiba em todo o mundo...".

"Eu escreverei d'Ele a fim de que algo fique no tempo. Ele não pode ter vindo só para um tempo mas para todo homem de todo tempo".

"Desde logo, João, tu escreves tudo d'Ele, o que  escutastes e vistes. Não veio Jesus somente para nós...".

Eu lhe escutava e revivia... É doce e triste reviver, se recorda a alegria quando se está no pranto. Os anos, os séculos passaram. No entanto, que parecidos são os homens de então aos homens de agora!
O bem, o mal, o ódio, o amor... Os mesmos sentimentos...

"Mãe, sempre haverá amor no mundo, mesmo que também o ódio. Haverá mãos estendidas, braços abertos e também indiferença e egoísmo... Eu pedirei somente o amor, que é vida e dá vida e quem me escutar e o viver estará vivo para sempre...".

Era uma noite fria, Jesus estava sentado em seu banquinho diante do fogo e tinha o olhar perdido, como se olha-se ao longe... José estava ainda trabalhando, devia
entregar um arado...

E Jesus via verdadeiramente longe, não no espaço, mas no tempo... Ódio, indiferença, egoísmo... Bondade, generosidade, caridade! Fazei encontrar os vossos corações ao meu Filho quando busca em vós estas virtudes. E estendendo-as se combatem ódio, indiferença e egoísmo. Recordo agora certas palavras que Paulo disse naquela noite a João e a Mim:

"E  compreendi que Cristo deseja de todos o amor tornado ativo: caridade! Caridade aos irmãos, aos amigos, aos inimigos, que já não serão tais se receberam amor.

Compreendi que o amor de Cristo é a mais alta forma de caridade. Caridade e amor se confundem, amor e caridade vão unidos, um é consequência do outro, assim como a fé não é fé se não atua, assim também o amor não é amor, se do amor, não brota a caridade!"

12 de Janeiro de 1985