163. - O importante é amar-lhe, cada um com seu próprio modo de amar.
Zelote era prudente e doce; era o único que raramente discutia, era o que mais punha paz entre eles.
Mateus tinha o aspecto do clássico hebreu, olhos escuros e agudos, belos traços e cabelo encrespado.
"Senhora, se aqueles que vão atrás do dinheiro soubessem que bela é esta liberdade! Eu que contava minhas moedas me preocupava com o que teria que fazer para ser mais rico.
Quando segui o Rabi conheci a verdadeira essência da vida e sem ter aquela idéia de possuir me senti livre..."
Via os apóstolos com amor materno mesmo não sendo certamente mais velha que alguns deles e quando via seus rostos pensava que Jesus os tinha visto.
"Quando seus olhos se pousaram em mim, comecei a tremer...". Assim me dizia Tiago: "Senhora, quando lhe vi chegar não sabia quem era, mas fiquei fascinado...".
Assim me repetia João. Certamente as criaturas sensíveis e abertas ao bem sentiam n'Ele a divindade, mesmo não sabendo que diante deles havia un homem...
Maria Madalena vinha para encontrar-me até quando se retirou à oração para expiar...
"Senhora, quando vi o Rabi senti que não era um homem comum, já ao ponto de amar somente Sua alma, mesmo que sua figura e seu olhar belísimos causavam admiração, era como admirar uma coisa demasiado alta, demasiado inalcançável".
Comovia sempre quando me falavam d'Ele, sentia um nó na garganta e sentia gratidão pelo amor que lhe tinham, assim como estou agradecida a todos aqueles que lhe amam!
Amar a Jesus não é como amar a uma criatura com a qual se vive; amar a Jesus é amar a Deus, se se lhe conhece de modo particular, se lhe ama verdadeiramente como a um irmão queridíssimo, às vezes se lhe ama como a algo abstrato.
O importante é que lhe ame, cada um com seu próprio modo de amar e importa amar o próximo n'Ele. "Mãe, Eu darei a eles o que eles derem aos irmãos, aos pequenos, aos pobres e aos doentes".
Com os apóstolos, Lucas falava da Igreja: e então também de todos vós!
"É necessário que todos conheçam o essencial do que revelou Jesus...".
Lucas me disse um dia: "Para mim é como se houvesse conhecido teu Filho Jesus. Sinto-O irmão e tenho certeza de sua divindade demonstrada com os milagres, com Sua ressurreição e através de Suas palavras.
Um homem não teria dito bem aventurados os que sofrem, e os pobres, e os que choram, porque um homem não sabe que mais além da vida terrena há um mundo de bem aventurança e se o sabe é porque é homem de fé, mas estando na matéria olha a felicidade na terra".
Falava-se sempre de Jesus e então orávamos unidos a Ele sem sabê-lo, que quando se fala de Jesus se está em oração.
E quando devíamos fazer para todos vós: a Igreja, em nós estava na luz do Espírito.
Sem esta luz, se é uma criatura comum, com a luz se é instrumento de Deus.
Havia conservado o pequeno banquinho de Jesus e sua tigela; vendo-os voltava a recordação e com o luto a sua infância: Suas pequenas mãos, Sua voz, seus cachos: "É Deus, e no entanto é meu filho!".
E a alegria se confundia com o assombro e depois vinha o temor pelo que sabia que teria de vir. Agora, no Reino, estou junto a Jesus e quando lhe vejo, quando lhe escuto, ainda estou assombrada! "É Deus, é meu filho e estamos unidos na felicidade!".
Aquela felicidade que gozareis também vós que o amais segundo vosso modo de ser, mas com toda a alma!
24 de novembro de 1984
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