Preciosos pergaminhos: O livro da Verdade, o livro da vida. Nascia então o Evangelho, nascia aquele dia no qual Lucas veio a Mim.

161. - Agora te exponho somente meus sentimentos: dor, emoção, saudade.

Desde aquele dia, Lucas voltou sempre para falar com João e comigo. Perguntava-nos muitas coisas sobre Jesus e sempre tinha Eu os olhos cheios de lágrimas. Dizem que Eu dito a história de minha vida às criaturas.

Ditei-a em parte no passado, agora a ti somente narro meus sentimentos: dor, emoção, saudade.

Sentimentos que tu vives. No entanto se não tivesse sido por que Lucas desejava saber, com amor e por amor, não teria revelado sentimentos dos que me sentia zelosa: demasiado preciosos para fazê-los sair de minha alma!

E Jesus revivia em minha recordação sua infância, a juventude... Relatei a Lucas quando o anjo me apareceu: "Senhora, eu creio isto; os anjos existem, e Deus se serve deles. No entanto, para muitos, no tempo, tua história poderá parecer fantasia..."

"Não importa, é verdade de Deus e quem crê nesta verdade será puro de coração e humilde".

Meu Filho amou muito os humildes e os puros...

"O Rabi disse também que a Verdade é salvação". Assim disse João e também Ele pôs no papel suas recordações. Não eram certamente os papéis de agora, eram pergaminhos.

Preciosos pergaminhos: O livro da Verdade, o livro da vida. Nascia então o Evangelho, nascia aquele dia no qual Lucas veio a Mim: "Senhora, sou um médico, um estudioso e gosto de arte. Também amo a verdade e queria saber tudo que fosse possível para transmitir, acerca da vida, as palabras, a dor de teu Filho Jesus".

A ninguém contei estas coisas, a ti, a vós agora as exponho. Vós me amais ainda mais agora que sabeis que vivi vossos sentimentos: ternura, dor, saudade e a esperança!

Um dia Lucas quis fazer-me um retrato. "Senhora, realmente Jesus parecia contigo..." Contei a Lucas o acontecido naquele dia no qual estava tecendo e me apareceu Gabriel. Também a ti e a ti te contei e na cena aparece a vossos olhos como realidade.

A realidade do Anúncio. E trinta e três anos de vida fatigante, heróica. Meu Filho Deus, que brincava, que recolhia as azeitonas, que desde a Cruz olhava pela última vez com olhos humanos a humanidade e que com espírito divino a todos via, e a todos perdoava...

"Senhora, há momentos daquela vida, vida de teu Filho Deus que me fascinam, outros que me comovem. Lastima que nem tudo poderá escrever, pena que o mundo futuro não poderá saber tudo de uma vida tão intensa, única: a vida de Deus, fazendo-se homem...".

Lucas, a essência daquela vida é o amor e são aquelas palavras: Amai-vos!. "Certamente, Senhora! E aquele sacrifício, aquela cruenta dor, aquele saber amar divinamente, aquele saber perdoar generosamente".

Era uma manhã de verão; Jesus se tinha ido para levar o amor e Eu, que tinha ficado só, me levantei sem entusiasmo ao pensar numa jornada sem Ele (Ele era meu Filho!).

Estava na pequena estância recordando momentos de sua infância: "Aqui levava seu banquinho e deixava sua tigela... Agora quem sabe quando o verei!".

Escutei Sua voz como se Ele tivesse estado no quarto: "Em teu coração, Mãe, me poderás encontrar sempre, com os ouvidos da alma sempre me podes escutar! Mãe, estou vindo para Galiléia, estou suado, estou um pouco cansado... No entanto, estou contigo e descanso em teu coração!".

Escutei-o e escutai-o também vós, Ele pode falar. Lucas estava muito atento ao que Eu dizia e descrevia, momentos e episódios claramente, assim ele podia vivê-lo como se tivesse estado presente. "Senhora, o amor te faz falar de um modo tão claro, tão comovedor e tão doce... Faz-me viver com Jesus, me faz amar-lhe!".

Assim faço também convosco! Ninguém, se o conhece bem, pode não amar-lhe. Por isto tanto Eu como Ele, meu Jesus, nos damos a conhecer a vós, vos falamos, entramos em vossos pensamentos: queremos ser amados!

"Senhora, como se pode não amar aquele que é o amor?"

Meu Filho é o amor.



19 de novembro de 1984