Chegou aquele amanhecer, quando me deixou e se foi pelos povoados e pelo mundo a levar a Redenção, a Verdade e os exemplos de vida.

120. Elegi a Bernardete, para confirmar o dogma da pureza.



"Eu sou a Imaculada Conceição!" Assim disse a Bernardete e, vendo aquele rosto de menina, experimentei muita ternura. Um rosto de menina pobre, de olhar triste, um pequeno rosto pálido.

Bernardete foi atormentada, não foi acreditada, para que,  repetindo aquelas palavras, resultasse claro então que, não compreendia-as, não podia tê-las inventado.

"Monpère, a bela Senhora disse justamente assim..."

Quantos ainda não creem na história de Bernardete. Bernardete agora está no Reino celestial e teve grande recompensa por aquela difícil vida.

A Imaculada Conceição! Eu, Imaculada, para ser cálice! A Imaculada, para levar a Deus no coração! E por isso casta e puríssima, assim como teriam que ser todos aqueles que consagram: mãos puras e almas santas.

Quando estava em Nazaré, nunca tinha podido imaginar poder aparecer a criaturas simples e puras. Eu, então, tinha aquela vida que tu conheces um pouco: cada dia tinha mil trabalhos, cada dia aqueles deveres.

"Mamãe, posso ajudar-te a colher as azeitonas?"

Era esta estação, Jesus tinha seis anos:

"Vamos pois colher azeitonas, Filhinho, e depois te darei os pãezinhos de mel..."

Bernardete não havia nunca provado aqueles pãezinhos, Bernardete era mais pobre que nós:

"Monpère, a bela Senhora me disse tantas coisas..."

Eu disse tantas coisas a Bernardete, e lhe disse que no Reino seria muito feliz!

Em Nazaré, Jesus crescia belíssimo e sadio, crescia em inteligência como homem, e como Deus sabia todas as coisas.

Chegou aquele amanhecer, quando me deixou e se foi pelos povoados e pelo mundo a levar a Redenção, a Verdade e os exemplos de vida. No entanto, foi criticado porque ia caminhando pelo mundo e não trabalhaba...

Chegou aquele amanhecer; para Mim foi o começo da dor. Vi-lhe ir-se, enquanto no Céu brilhava a última estrela. Jesus então conheceu a fome e a sede.

A pequena Bernardete me olhava fascinada, não respirava quase... Vuelto a ver aquele pequeno rosto, vuelto a sentir esse amor por aquela doce pequena, pobríssima e pura. Deus elege aos puros, aos pequenos, Deus elege àqueles que não tem malícia e Eu, Myriam, em Deus, elegi a Bernardete, para confirmar o dogma de minha pureza.

"Mamãe, Eu já estou pronto,peguei a cesta maior..."

Vineram conosco também os priminhos de Jesus, Santiago e Judas. Parece-me ainda ouvir aquelas vozes, aqueles risos... "No entanto, é Deus...!"

Era feliz então e gostaria que o tempo se detivesse, Eu também sou uma criatura, Eu também era feliz de... ser feliz. A dor madura, nos faz mais sensíveis, a dolor é um mestre da alma, mas um mestre muito severo... E nós, que o temos vivido, sabemos o que é a dor!

E Deus compreende e ajuda na dor. E na maior dor, mais ajuda!

Para ti uma gran de dor, e uma ajuda na proporção! E ainda que não o demonstres, o mesmo como fiz Eu, tua dor deveria ser sempre respeitada por aqueles que gozam dos frutos.

"Mamãe, minha cesta está cheia e também as outras cestas. E agora, nos dás também os pãezinhos e um pouco de leite quente?"

Entramos em casa, os meninos ao redor da mesa:

"Comei e bebei que haveis trabalhado muito!" Disse Jesus a Santiago e a Judas...

"Alimentai-vos de Mim, vos darei ajuda e força em vossa fadiga cotidiana!"



8 de Dezembro de 1982 - Festa da Imaculada