Quando vivia naquela casa nunca poderia ter imaginado ser posta como estátua sobre um altar, e naquela imagem não me haveria certamente reconhecido.

95. Em nossa casinha sempre havia aroma de pão.



"Senhora, eu gosto de falar contigo de nosso Rabi, é como se estivesse ainda conosco!"


João me contava todas as coisas do tempo vivido com Jesus e Jesus estava conosco: querida, amadíssima, invisível Luz!


Convosco estão aqueles que amais e vivem no Reino feliz com Jesus, comigo, com os Anjos. Porém como suave vento, estando eles em uma dimensão distinta, podem estar perto: nós estamos em nosso espaço!


Depois da Paixão e depois da Ressurreição de Jesus, vivia na esperança e na espera, os Apóstolos me pediam conselhos, rezavam comigo e a Igreja de Cristo estava nos alvores.



A Igreja de Cristo tem estado sempre no coração de Jesus, no coração de Deus; na terra Ele a fundou no tempo e desígnio justos.


João, depois, viu a história do mundo. Uma história que já está avançada: o mundo já está velho... Vós sedes jóvens na alma: sedes puros, sedes crianças!



"Mãe, eu gosto de estar no meio dos puros de coração, são sempre jóvens, estão sempre serenos!..."



Estávamos no jardim naquela noite e se falava da humanidade... Era primavera e Jesus tinha vinte anos, o tempo da dor estava longe. Não obstante, já haviamos chorado, porque José nos havia deixado: às vezes, falando dele, sentiamos sua doce e confortante invisível presença.


"Papai José me ensinou muito bem seu trabalho. Mãe, recordas quanta paciência teve para fazer-me aprender cada coisa?...".


Jesus era Deus e era um menino, sempre tinha vontade de fazer uma corrida, de brincar com os amigos... José com amor lhe ensinava a ser um bom carpinteiro.


No jardim, na primavera, o ar estava perfumado:


"Mãe, no Reino haverá mais e mais maravilhosos perfumes de flores..."'

Em nossa casinha, aquela que vós conheceis (mesmo diferente de quando vivíamos ali nela) havia sempre aroma de pão ou perfume de rosas.


"Mamãe, vêm visitar-nos!"



Eu agora estou sobre aquele altar e tenho nos braços a Jesus... Quando vivia naquela casa nunca poderia ter imaginado ser posta como estátua sobre um altar, e naquela imagem não me haveria certamente reconhecido.

Quando vindes a visitar-nos, vos recebemos felizes e estamos ali por vós, para escutá-los!


A fé é diferente em cada criatura, já que sois diferentes vós um do outro. O que importa é que seja verdadeira, profunda, e então, cada modo de manifestá-la vale.


E vale também muito tê-la no coração, como se fosse um segredo, que somente Deus e a criatura conhecem. A fé se vê pelos atos, pelo amor que leva ao mundo.


Há criaturas, que amam e são justas, e não tem fé! E não sempre por sua culpa, e Jesus se mostra no tempo em seus corações, se sabe que são justos.


Há outros: os soberbos, que teriam podido conhecer a Jesus e não o quiseram, porém nunca são justos.



Eu conheço o trabalho, e agora te deixo em teu trabalho, uma vez mais, e por este milagre, dom de Deus, te tenho falado e vos tenho falado.


Devo-vos falar ainda das pequenas e grandes coisas: vos devo falar de Jesus. Estarei Eu também, Myriam, no meio de vós, sorridente, amorosa, invisível... . .


"Senhora, quão belo é saber que nosso Rabi está sempre conosco! Senhora, agora te conto daquele dia em que fez aquele milagre..."


E João falava, Eu o escutava... Jesus invisível sorria: estava radiante e feliz, nós não o podíamos ver, porém estávamos seguros de que era assim!


28 de Abril de 1982