Estávamos na horta: Jesus estava inclinado para recolher a alface e tinha na mão um pequeno cesto. A vida de cada dia e a grande vida do Homem–Deus!

105. Nossas recordações e nossos sentimentos vêm conosco.



Também nós nos mudamos de Nazaré no Egipto e fomos viver no Cairo.

A casa não era linda, nos sentíamos extrangeiros e tinhamos feito uma verdadeira fuga para chegar, e um viagem fatigante!

Foi melhor o regresso, reencontrando nossas pequenas coisas e os vizinhos. E vós também tendes vossas pequenas coisas e tereis os irmãos por perto, tereis mais espaço para os papéis, para os livros, que deverão ser muitos.

Nós temos pensado em vós. Eu, Myriam, recebi uma justa petição, quando viestes a visitar-nos em casa: "Mamãe, vem para ver-nos!"

Esperamo-vos também agora e cada vez que vierdes, Eu prepararei os pãezinhos quentes para vós: amor, milagres! Pãezinhos com mel!

Quando chegamos no Egito, José encontrou trabalho logo em seguida, foi encarregado para fazer seis arados. Foi a Providência que nos ajudou, já que nós estávamos seguros desta ajuda.

"Mamãe, aonde está o roseiral?"

Jesus era muito pequeno, mas se expressava bem. Plantei outras rosas e cresceram, quando as olhava pensava nas de Nazaré... Nossas recordações e nossos sentimentos vêm conosco.

Às vezes, é bom mudar, se se muda para melhor. Vós estais no desígnio do Pai Celeste, no coração de Jesus, e tudo o que sucede é por um desígnio.

"Darei sempre o justo para aqueles que sejam conduzidos da terra ao céu! Depois de tê-los provado na dor, espiritualizados na dor, eis aqui: então os usarei como instrumentos e os farei aptos para serem minha voz, minhas mãos, meu Pensamento..."

Assim me disse uma vez Jesus. Eu então não compreendi, agora sim!

Estávamos na horta: Jesus estava inclinado para recolher a alface e tinha na mão um pequeno cesto. A vida de cada dia e a grande vida do Homem–Deus!

A terra estava perfumada, o ar suave, as rosas se haviam aberto. Às vezes, vós perdeis o ânimo, vós homens, todos... E então sois como aquele que teme afogar-se e faz gestos...

Nadai serenos sobre a água, que é a vida! Com a fé verdadeira poderieis inclusive caminhar sobre a água! A verdadeira fé é para viver no Reino, certo, mas também é para viver na terra serenos!

Também com a dor na alma, que se pode então suportar, sabendo que é um dom para os eleitos!

"Mãe, quando falar ao mundo, chamarei ‘Bem aventurados’ aos eleitos pela dor, porque sei o dom que é.
Meus pensamentos não são os pensamentos da humanidade, mas sim, são pensamentos do Deus de Deus!"



17 de Junho de 1982