66. As flores sobre os altares são vossos pensamentos perfumados e coloridos.
No Egito vivemos nossa vida de todos os dias, como o fazíamos em Nazaret. Jesus crescia, José trabalhava. Sempre tivemos o que precisávamos, e sempre o apreciamos. A nossa pobreza foi digna e não desejávamos mais, nem José nem Eu.
É necessário não desejar nunca demasiado, se perdem de vista os verdadeiros valores, para seguir aos falsos e, no entanto, a humanidade dá muita importância às coisas, e sobretudo ao dinheiro. Jesus chamou "bem-aventurados" aos pobres de espírito.
Faltava uma pequena horta quando estava no Egito, por isso semeava um pouco ao redor da casa, porém a terra não era boa como a de Nazaret. Estas coisas podem parecer pouco importantes, porém não o são, a vida diária transcorre igualmente, com mais ou menos cansaço.
Tinha a Jesus e tudo era então fácil para Mim, Quando não pensava na dor! A dor então estava longe, estava no tempo da adolescência e Jesus era um menino. Um menino e, ao mesmo tempo, Deus!
Que grandes coisas fez Deus em Mim! Em muitas criaturas Deus se manifesta e seguirá manifestando-se. Em todo ato de caridade Deus se manifesta, em cada ato de amor, e se manifesta extraordinariamente nos milagres.
"Mamãe, como estou feliz de voltar para casa!..."
Assim me disse Jesus durante a viajem de regresso, que foi menos cansativa que a outra, e quanto mais nos acercávamos de Nazaret, a alegria entrava mais em nós.
A infância de Jesus: um menino com poucos brinquedos, comidas simples: um menino que amava a natureza: Deus de Deus!
Quando tinha vinte anos, trabalhava para Mim, ajudava a todos aqueles que necessitavam algo d'Ele.
"Mãe, esta noite trabalharei até tarde, me pediram um berço, e não vou querer dinheiro porque são muito pobres; me disseram que trariam queijo, não o aceitaremos, já que é o único que tem..."
Quantas vezes Jesus trabalhava até tarde da noite... Quantas vezes nas noites de verão, eu me sentava no jardim , e Jesus deixava aberta a porta da carpintaria, assim podíamos falar entre nós, de coisas que a Mim me transportavam o espírito ao alto:
"O Reino dos Céus pode entrar no coração dos homens se estão na graça, se creem, se amam; e ésta é a verdadeira paz! O Reino dos Céus é um Reino de Paz e Amor, de beleza, de harmonia".
Assim me dizia Jesus enquanto serrava uma tábua ou talhava o respaldo de uma cadeira.
"A madeira é mais branda que o ferro, Mãe, a madeira a posso trabalhar..."
A Cruz!, o madeiro!,o ferro: aqueles cravos que perfuraram as mãos e os pés! A dor lacerante: aquele martírio!
Os filhos não são nossos! Nós, as mães, queríamos sempre defendê-los, não queríamos nunca vê-los sofrer! Não são nossos na terra, porém mais além da terra são nossos: Jesus está comigo, e tu terás a teu filho a teu lado, e te parecerá estar sonhando!
A dor de uma mãe quando perde a um filho é a maior dor, e será a maior felicidade ao reencontrá-lo em Deus para sempre.
Os filhos na terra não são nossos, no céu são nossos para sempre!
"Mãe, este Reino, do qual te falei muito na terra, em nossa casa, naqueles dias lá em Nazaret, é mais belo do que Tu então podias imaginar, nunca poderias pensar em certas maravilhas..."
Maravilhoso Reino aonde tudo é beleza e harmonia! Para Mim, Myriam, a maravilha das maravilhas é ter a meu lado Jesus, e o mesmo será para vós: podereis contemplar seu rosto radiante junto a vossos seres queridos reencontrados.
"Mãe, as flores são obséquios de Nosso Pai, gotas de beleza que descem do Paraíso..." E recolhia flores do campo: margaridas, amapolas, violetas do bosque, fazia pequenos ramalhetes e me dizia:
"Eis aqui Mãe, meus pensamentos para Ti! Pensamentos coloridos e perfumados!
Mãe, terás sempre tantas e tantas flores!".
E tenho ainda tantas flores que adornam os altares: são vossos pensamentos coloridos e perfumados!
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