Jesus, nosso único amor

Jesus, nosso  único amor
Olhai sempre por nós

Sejam bem vindos e mergulhem no Amor de Deus por nós!

Tudo por um mundo cheio do Amor Incondicional de Deus por nós. Mudemos o mundo levando as imagens invisíveis do Céu para a humanidade que hoje só crê nas imagens visíveis.

ZELAR PELA MÃE TERRA

ZELAR PELA MÃE TERRA
Minha doce Mãe, te ofereço essas flores!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

TEMPO PASCAL - TESTEMUNHO DE VIDA

Continuação da Vida de São João Newmann



Em novembro de 1831 começou Neumann o estudo de teologia, continuando-o com ótimos resultados. Andavam tão contentes com ele os professores, que logo no primeiro ano lhe fizeram conferir as ordens menores.
No principio do segundo ano Deus revelou a seu servo a vocação que o esperava no futuro. “No segundo ano de teologia — conta-nos o Venerável — comecei a ler publicações da sociedade de S. Leopoldo. As cartas do padre Barága, e de outros missionários na América do Norte, agradavam-me extraordinariamente. Passeando um dia ás margens do Moldava com um condiscípulo nos veio o pensamento de uma atividade apostólica na América, depois que houvéssemos terminado os estudos em Budweis. Minha resolução, a partir deste momento, era tão firme e decidida que já não pensava em outras coisa.”

Tudo quanto nosso seminarista empreendia tinha então em vista sua ida para América, sua vida de missionário nas remotas regiões do Novo Mundo. Para melhor aprender as línguas modernas, máxime o francês e inglês, pediu admissão no Seminário Ar-quiepiscopal de Praga, para onde costumava o Bispo de Budweis mandar os seus melhores alunos. Lá acharia facilidade no estudo porque podia freqüentar ás aulas da Universidade. Alcançou o que pedira.

Teve, no entanto, desiludidas suas esperanças. Na Universidade não se ensinava o inglês. Neumann teve que aprendê-lo sozinho. Sobre a pronuncia consultava alguns trabalhadores ingleses de certa fabrica. Alem disso proibira o exmo. sr. Arcebispo que os alunos assistissem as aulas de francês. O único remédio era estudá-lo sem mestre. Foi o que fez. Continuava ao mesmo tempo o estudo do italiano, traduzindo para o alemão o belo livro de S. Afonso “Caminho da salvação”. Diz o padre Berger ter Neumann estudado também o espanhol, chegando a ler os escritos de Santa Teresa e as cartas de S Francisco Xavier; no original espanhol. Uma antologia composta por ele naquele tempo enche 38 cadernos. Veja-se pois qual não devia ter sido a cultura de seu espírito e a grandeza de seus conhecimen-tos. Antes de embarcar para América Neumann entendia nada menos que oito línguas.

Mais uma dificuldade veio ajuntar-se ás que já existiam. Campeava na Universidade de Praga — como aliás nas outras também — o josefismo, irmão mais velho do galicanismo. Era justamente o mal reinante na infeliz Áustria. Já S Clemente Maria tivera seus atritos com a tal fiscalização do imperador sacristão.
— Eu não podia aceitar doutrinas que ao meu ver eram opostas aos ensinamentos da Santa Madre Igreja, escreve-nos Neumann. A maioria dos alunos seguia as opiniões dos professores daí resultando para nosso seminarista maus quartos de horas, freqüentes dissabores e contrariedades.

Até desprezos e humilhações não lhe foram poupados. Nas suas “Memórias” lamenta-se ele do grande “isolamento em que vivia”.
— Todos me desprezam — são suas palavras — como realmente mereço; todos fogem de mim. Os maus, porque não posso concordar com seus planos; os bons porque procuram os perfeitos. Estou só, desprezado pelos homens, cheio de pecados, em tua casa ó Senhor,
Bem Supremo. Quisera abominar os prazeres do mundo e os celestes os não mereço. Minha vida é sem alegrias.” Mostram-nos estas palavras, e outras mais de seu diário, que Deus o experimentava com provas interiores, dúvidas, perplexidades. Para cúmulo dos males não tinha com quem se abrir. “Porque não me ouves quando te invoco? — escreve triste. Que farei, meu Deus, sem fé, sem caridade, sem esperança? A quem me dirigir, si Deus está irritado contra mim?” Eram terríveis os assaltos das tentações: “Meu Jesus — exclama — si queres que me assaltem as horríveis tentações contra fé, derrama sobre mim toda sua amargura mas não permitas que eu caia.” Tais palavras lembram idênticos sofrimentos de S Francisco de Sales quando estudava em Paris.

Suas “Memórias” revelam-nos a seriedade com que procurava chegar á perfeição cristã. É comovedor o tom de humildade na acusação de suas mais insignificantes faltas. Predomina, como sentimento, a dor dos pecados. Por causa deles derramava muitas lagrimas, impunha-se severas penitências, buscava meios de oferecer satisfação a Deus pelas menores transgressões de sua santa lei.

Concordam com o referido os testemunhos de seus condiscípulos. “Era muito viva a sua fé — diz um — e como conseqüência disso admirávamos sua sincera piedade. Em segredo praticava muitas mortificações, principalmente nos últimos anos de seus estudos. Passava horas muitas em oração, mesmo nas noites frias de inverno. Sinceramente obedecia aos Superiores, sem contudo adulá-los ou aviltar-se.” Outro colega conta que Neumann passava noites inteiras rezando, sobretudo nos dias de comunhão. Refere também que em 1835 o real e imperial governo perguntou si, entre os seminaristas de Praga, não havia algum bom conhecedor de varias línguas que se prestasse a aceitar o posto de secretário numa importante embaixada. As vistas de todos caíram naturalmente sobre Neumann. Mas ele nenhum passo deu para alcançar a importante e honorifica colocação. O motivo — como o disse mais tar-de — era a firme resolução de ir quanto antes para América do Norte.

Aos 8 de julho de 1835 deixou Neumann o seminário de Praga e voltou para Prachatitz. Voltou desconsoladíssimo. Porque? Porque esperava celebrar sua Missa Nova antes de embarcar para a América e assim dar aos seus pais a benção de primiciante. O céu havia determinado o contrario. Enquanto eram ordenados seus colegas, a ele adiaram a or-denação. Qual o motivo de tal excepcional medida? Claramente nô-lo não diz Neumann no seu diário. Verdade é que sua diocese de Budweis tinha muito clero naquela época. Parece, no entanto, não ter sido este o único motivo e que a principal razão se deva achar na prevenção do Reitor do seminário e de alguns professores do Seminário contra o semi-narista que não partilhava as idéias errôneas, em voga nas preleções. Também não aprovavam o plano de apostolado na América. Neumann resolvido a seguir sua vocação se decide a deixar a pátria mesmo antes de ter recebido as ordens sacras. Todavia não pôde fazê-lo logo. Durante a semana que precedeu a viagem multiplicou os exercícios de piedade e penitencia, fez devotas peregrinações aos santuários de Nossa Senhora para obter a proteção de Deus e de sua Santíssima Mãe. Seu coração sensível padeceu muito ao declarar o plano aos pais. A generosa mãe concordou logo; o pai, apesar de dar seu consentimento não se mostrou lá muito contente estabelecendo como condição que partisse o filho sem despedidas formais da família.

Angariada a soma necessária por uma coleta entre os sacerdotes — pois João não queria ser pesado aos seus — deixou Prachatitz a 8 de fevereiro de 1836. Sabe Deus os sentimentos que tumultua-vam no coração delicado de filho tão amoroso para com os seus. De outro lado a fé lhe mostrava as almas imortais que estavam á sua espera na América. De Budweis escreveu uma carta saudosa aos seus: “Minha partida rápida e prematura — escreve — não teve outro fim que o de diminuir a dor da separação. Suportai, queridos pais, com paciência o golpe que Deus desfere contra vós. Quanto maior é aqui neste mundo o sofrimento, tanto maior será também nosso gozo no céu.” Seu itinerário levou-o por Linz, Munique, Strassburg e Paris. Nesta cidade passou a Se-mana Santa, abismando-se nas meditações dos mistérios da redenção.

Desejava Neumann ter em mãos, antes de embarcar, um documento autentico que lhe garantisse a admissão em alguma diocese da América. Seria prolixo referir aqui todos os passos que deu para alcançar tal documento. Suas esperanças dirigiam-se para a diocese de Filadélfia. Ouviu falar que o Bispo desta diocese estava em viagem pela Europa. Durante a viagem, mais tarde, ficou sabendo que o exmo. sr. Bispo — Francisco Patrício Kenrick — não precisava de padres alemães. Estava longe de adivinhar que 15 anos depois seria também não padre, mas Bispo em Filadélfia.

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