SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN - TESTEMUNHO DE UM SANTO

Dia Feliz!
Dia 26 de abril se celebra o dia de São Rafael Arnáiz Barón. Santo que foi canonizado pelo papa Bento XVI no dia 11 de outubro de 2009.

Escrito por São Rafael no dia 12 de abril de 1938.

Só em Deus encontro o que busco, e o encontro com tanta abundância, que não me importa não encontrar nos homens aquilo que um dia foi minha ilusão, ilusão que já passou...
Busquei a "verdade" e não a encontrei. Busquei a "caridade" e só vi nos homens algumas chispinhas que não encheram meu coração sedento dela... Busquei a paz e vi que não há paz na terra.
Já a ilusão passou, passou suavemente, sem dar-me conta... O Senhor é que me enganou para levar-me até Ele, me o fez ver...
Agora que feliz sou! O que buscas entre os homens?, me disse... O que busca na terra na qual és peregrino? Qual é a paz que desejas?... Que bom é o Senhor que da vaidade e da criatura me separou!
Agora já vejo claramente que em Deus está a verdadeira paz..., que em Jesus está a verdadeira caridade..., que Cristo é a única Verdade.
Hoje na snata comunhão, quando tinha Jeus em meu peito, minha alma nadava na enorme e imensa alegira de possuir a Verdade... Via-me dono de Deus, e Deus dono de mim... Nada desejava mais que amar profundíssimamente a este Senhor que em sua imensa bondade consolava meu coração sedento de algo que eu não sabia o que era e que na criatura buscava em vão, e o Senhor me fez compreender, sem ruído de palavras, que o que minha alma deseja é Ele... Que a Verdade, a Vida e o Amor é Ele... E que tendo-se a Ele..., o que busco, o que peço..., o que quero?
Nada, Senhor..., o mundo é pequeno para conter o que Tu me dás. Quem poderá explicar o que é possuir a suma Verdade? Quem terá muitas palavras para dizer o que és: nada desejo, pois tenho a Deus?
...Tu, meu Deus, és o que enche minha alma; Tu minha alegria; Tu minha paz e meu sossego, Tu, Senhor, és meu refúgio, minha fortaleza, minha vida, minha luz, meu consolo, minha única Verdade e meu único Amor. Sou feliz, o tenho todo!
Quanta suavidade me inunda ao pensar nestes profundíssimos favores que Jesus me faz. Como se inunda minha alma de caridade verdadeira para o homem, para o irmão fraco, doente... Como compreende e com que dulçura desculpa a fraqueza que antes ao vê-la no próximo fazia sofrer... Ah! se o mundo soubesse o que é amar um pouco a Deus, também amaria ao próximo.

Ao amar a Jesus, ao amar a Cristo, também forçosamente se ama o que Ele ama. Por acaso não morreu Jesus de amor pelos homens? Pois ao transformar nosso coração no de Cristo, também sentimos e notamos seus efeitos... E o maior de todos é o amor... o amor à vontade do pai, o amor a todo mundo, que sofre, que padece... É o pai, o irmão distante, seja inglês, japonês ou trapense; o amor à Maria... Enfim, quem poderá compreender o Coração de Cristo? Ninguém, porém chispinhas desse Coração há quem as tem..., muito ocultas..., muito no silêncio, sem que o mundo se dê conta.
Jesus meu, que bom és. Tu faz tudo maravilhosamente bem. Tu me ensinas o caminho; Tu me ensinas o fim.

O caminho é a doce Cruz..., é o sacrifício, a renúncia, as vezes a batalha sangrenta que se resolve nas lágrimas no calvário, ou no Horto das Oliveiras; o caminho, Senhor, é ser o último, o enfermo, o pobre oblato trapense que as vezes sofre junto a tua Cruz.
Porém não importa; ao contrário..., a suavidade da dor só se goza sofrendo humildemente por Ti.

As lágrimas junto a tua Cruz, são um bálsamo nesta vida de contínua renúncia e sacrifício; e os sacrifícios e renúncias são agradáveis e fáceis, quando encoraja na alma a caridade, a fé e a esperança.
Eis aqui como Tu transformas os espinhos em rosas. Mas e o fim? O fim és Tu, e nada mais que Tu... O fim é a eterna possesão de Ti lá no céu com Jesus, com Maria, com todos os anjos e santos. Porém isso será lá no céu. E para encorajar os fracos, os débeis e pusilânimes como eu, as vezes nos mostras o coração e dizes..., o que buscas? O que queres? A quem chamas?... Toma, olha o que sou... Eu sou a Verdade e a Vida.
E então derramas na alma delícias que o mundo ignora e não compreende. Então, Senhor, enche a alma de teus servos de dulçuras inefáveis que se ruminam no silêncio, que apenas o homem se atreve a explicar...
Jesus meu, quanto te quero, apesar do que sou..., e quanto pior sou e mais miserável, mais te quero..., e te quererei sempre e me agarrarei a Ti e não te soltarei, e...não sei o que ia dizer.
Virgem Maria, ajuda-me!

Beatificação e Canonização

A fase diocesana do proceso de beatificação se deu entre 1962e 1967, na Diocese de Palencia, continuando posteriormente en Roma até sua beatificacão pelo papa João Paulo II em 27 de setembro de 1992. Para ele, se reconheceu como milagrosa a cura de uma joven palentina atropelada por um trator e desenganada pelos médicos.
O processo decanonização se abriu em 2005, e durante o mesmo se aceitou como milagrosa a recuperação sem sequelas de uma recém nascida de una paciente afetada pela Síndrome Hellp em 2000. No sábado 21 de fevereiro de 2009 , o papabento XVI aprovou a canonização do Irmão Rafael e outros nove beatos,la qual tevo lugar em 11 de outubro do mesmo ano na Basílica de São Pedro em Roma.
«...O Irmão Rafael, ainda perto de nós, nos segue oferecendo com seu exemplo e suas obras um atrativo, especialmente para os jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram a plena verdade, a mais indizível alegría, que se alcança pelo amor de Deus. "... "A vida de amor ... . Esta é a única razão para viver ", diz o novo santo. E insiste: "No amor de Deus, vai tudo. Que o Senhor possa ouvir uma benigna da última oração de San Rafael Arnaiz , quando ele deu a sua vida, suplicando: 'Leve-me até hoje eu e você no mundo ". Que se dê para reanimar a vida interior dos cristãos de hoje. Ser dada aos seus irmãos em Trappe e centros monásticos continuam a ser o farol que faz você descobrir o desejo íntimo de Deus, que Ele colocou em cada coração humano ... "
Homilia de Bento XVI no dia de sua canonização