Jesus, nosso único amor

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Olhai sempre por nós

Sejam bem vindos e mergulhem no Amor de Deus por nós!

Tudo por um mundo cheio do Amor Incondicional de Deus por nós. Mudemos o mundo levando as imagens invisíveis do Céu para a humanidade que hoje só crê nas imagens visíveis.

ZELAR PELA MÃE TERRA

ZELAR PELA MÃE TERRA
Minha doce Mãe, te ofereço essas flores!

terça-feira, 16 de março de 2010

QUARESMA - TEMPO DA MISERICÓRDIA DE DEUS

DESCRIÇÃO DO INFERNO DA IRMÃ JOSEFA MENÉNDEZ

Uma das mais grandes místicas do século XX foi a irmã Josefa Menéndez, que morreu em 1923 à idade de 33.

Esta jovem freira espanhola, teve uma vida religiosa curta e de grande dor, com numerosas revelações experimentadas ao longo de toda a sua vida, compiladas no livro O Caminho Do Amor Divino.
Mais duma vez, foi levada ao inferno como testemunho e sentiu as dores infernais de primeira mão.
A irmã Josefa era pouco disposta a escrever a respeito do inferno, e fez-o apenas para conformar assim aos desejos do nosso Senhor. A irmã Josefa fala várias vezes sobre o que descreveu como maior tormento do inferno: a incapacidade da alma para amar.

"A noite do 16 de Março às dez horas", escreveu Josefa, "ouvi, como os dias precedentes, um barulho confuso de gritos e cadeias. Levantei-me rapidamente e vesti-me, e tremendo de medo, ajeolhei-me na parte inferior da minha cama. O barulho aproximava-se, e sem saber que fazer, marchei do dormitório, e fui à cela da nossa santa mãe; então fui de novo ao dormitório: os mesmos barulhos estarrecedores rodeavam-me; seguidamente, de repente vi frente de mim o diabo."

"Amarrem-lhe os pés e as mãos" urrou.

"Imediatamente perdi conciéncia de onde estava, e senti-me arrastada muito longe. Outras vozes gritavam: "nada bom de amarrar os seus pés; é o seu coração o que devemos amarrar." "Isso não me pertence à mim," foi a resposta do diabo.

"Então fui arrastada por um corredor longo, muito escuro e sem fim, e dos lados resoavam terríveis gritos.
Dos lados opostos dos muros do estreito corredor havia uns nichos que vertiam fumo, não obstante com chama muito pequena, e que emitiam um cheiro intolerável. Destes nichos vinham vozes blasfemadoras, e gritos e palavras impuras. Alguns maldizem os seus corpos, outros os seus pais... Era um barulho de gritos confusos de fúria e desespero.
Eu era arrastada por aquela sorte de corredor que parecia sem fim. Então recebi uma pancada brutal no estômago que me dobrou em dois, e forçou-me dentro dum dos nichos. Senti-me como se fosse esmagada entre duas tábuas escaldantes e como se me perfurassem corpo através com agulhas grossas e ardentes. De frente e perto de mim havia almas blasfemando e maldizendo-me.
O que causou-me a maior dor... e ao que nenhuma outra tortura pode ser comparada, era angústia da minha alma achando-se separada de Deus...
Pareceu-me que passei muitos anos neste inferno, no entanto apenas durou seis ou sete horas...
Vejo claramente que todas as dores sobre terra não são nada em comparação com o horror de não poder amar nunca mais, porque neste lugar só se respira ódio e sede de perdição de outras almas."
"Uma destas almas condenadas urra: "é a minha tortura... quero amar e não posso;" não sinto mais nada em mim que ódio e desespero. Se um de nós puder fazer tanto como um simples acto do amor... mas não podemos, vivemos no ódio e a malevoléncia... "(23 de Março de 1922)."
Regista, também, as acusações feitas contra elas mesmas por estas infelizes almas: "alguns urram devido ao martírio das suas mãos." Talvez eram ladrões, porque dizem: "onde está o nosso dinheiro agora?' ... malditas mãos ... Outros maldizem as suas línguas, os seus olhos... o que for a ocasião do pecado... 'agora, Oh corpo, pagas o preço dos prazeres do passado!...' e fiz-o pela minha própria e livre vontade... " (2 de Abril de 1922).

"Vi a queda de várias almas no inferno, e entre elas havia uma criança de quinze anos, maldizendo aos seus pais por não a ter ensinado a temer Deus nem a saber que havia um inferno." A sua vida tinha sido curta," disse, "mas completamente pecaminosa, porque ela tivo dado ao seu corpo todas as paixões que lhe exigira, e vivira somentes pela via da autosatisfação... "(22 de Março de 1923)."
"A minha alma caiu nas profundezas insondáveis, cujo fundo não pode ser visto, porque é imenso..." ; Fui empurrada dentro dum destes nichos ardentes e ali parecia estar esmagada entre duas placas ardentes, agulhas gordas, ardentes e pontiagudas pareciam furar a minha carne. Senti-me como se tentassem arrincar a minha língua, mas não podiam. Esta tortura trouxe-me à uma tal agonia que os meus olhos mesmo pareciam começar a sair fora das suas órbitas. Penso que era devido ao fogo que queima e queima; nem uma unha do dedo escapa a estes tormentos arrepiantes, e a toda a hora não se pode deslocar mesmo um dedo para ganhar um pouco de alívio, nem fazer tampouco câmbio nenhum, porque o corpo parece estar aplainado e dobrado em dois. Os barulhos de confusão e de blasfémias não cessam nem um só momento. Um cheiro terrível asfixia e corrompe todo, é como a queimadura da carne podre, misturada com alcatrão e enxofre... uma mistura à qual nada sobre a terra pode ser comparada...
Bem que estas torturas foram terríveis, seriam suportáveis se a alma tivesse paz. Mas sofre indescriptívelmente...
"Todo o que escrevi, -ela concluiu- é somentes uma sombra do que a alma sofre, por que nenhuma palavra pode exprimir tão grande tormento." (4 de Setembro de 1922).
"Hoje, vi um vasto número de pessoas cair no abismo ardente." Pareciam ser gente rica, bem-vividora e opulenta e um demónio berrou: 'o mundo é maduro para mim.' Sei que a melhor maneira de caçar almas é alimentar o seu desejo de prazer...
Eu primeiro que ninguém...
Eu antes que os outros..
Nenhuma humildade para mim! Deixa que os demais louvem-me...
Esta triagem de coisas assegura a minha vitória... e eles lançam-se de cabeça para o inferno.' "(4 de Outubro de 1923)
"Esta noite fui transportada à um lugar onde todo estava escuro. Em redor de mim havia sete ou oito pessoas; Podia ve-las apenas pelas reflexões do fogo. Estavam sentadas juntas e falabam.
"Dizia-se: 'deveremos fazer muita atenção a não sermos descobertos, porque poderíamos facilmente ser descobertos.'

"o diabo respondeu:" 'insinuai-vos induzindo a negligência neles.' mas mantendo-vos na sombra, de modo que não sejais descobertos... por graus ficarão endurecidos, e podereis inclina-los ao mal. Tentai estes outros à ambição, o interesse, a FAZER RIQUEZAS SEM TRABALHAR, seja legal ou não.
'Excitai aqueles outros à sensualidade e ao amor ao prazer.
'Deixai que o vício os cegue... Quanto ao resto... entrai pelo seu coração... sabei as inclinações dos seus corações... provocai que amem com paixão... trabalhai muito duro... não tomeis nenhum descanso... não tenhais nenhuma piedade.'
'Deixai que comam muito e engrossem! Assim será todo mais fácil para nós... Deixai que comam e bebam nos seus banquetes. O amor ao prazer é a porta pela qual vos os caçareis" (3 de Fevereiro de 1923).


MISERICORDIA DIVINA
Fala Jesus-Cristo a Sóror Josefa Menéndez



Ensinar-te-ei os meus segredos de amor, e tu serás exemplo vivo da minha Misericórdia, porque, se tenho tanto amor e predileção por ti que não és mais que miséria e nada, que não farei Eu por muitas outras almas mais generosas do que tu? Farei conhecer que a minha obra repousa sobre o nada e a miséria, e que esse é o primeiro anel da cadeia de amor que desde toda a eternidade preparo às almas. Farei conhecer até que ponto o meu Coração as ama e lhes perdoa. Vejo o íntimo das almas. .... O ato de humildade que fazem reconhecendo sua fraqueza. .... Pouco se Me dá a fraqueza delas. .... Supro o que lhes falta. Farei conhecer como é que o meu Coração se serve dessa fraqueza para dar a vida a muitas almas que a perderam. Farei conhecer que a medida do meu Amor e da minha Misericórdia para com as almas caídas não tem limites. .... Se tu és um abismo de miséria, Eu sou um abismo de Bondade e Misericórdia. O meu Coração é teu refúgio. Vem procurar nele tudo aquilo de que precisas, ainda mesmo que se trate de coisa que Eu te peça. Não julgues que deixarei de amar-te por causa das tuas misérias, não: meu Coração ama-te e não te abandonará jamais. Bem sabes que é propriedade do fogo abrasar e destruir: assim é próprio do meu Coração perdoar, purificar e amar. Não te disse muitas vezes que o meu único desejo é que as almas Me dêem as suas misérias? Se não ousas aproxímar-te de Mim, aproximar-Me-ei Eu de ti. Quanto mais fraquezas encontrares em ti, tanto mais Amor encontrarás em Mim. Pouco Me importam as tuas misérias, o que Eu quero é ser o Dono de tua miséria. A tua pequenez dá lugar à minha grandeza. .... A tua miséria e mesmo os teus pecados dão lugar à minha Misericórdia. .... A tua confiança atrai o meu Amor e a minha Bondade. Não vos peço senão aquilo que tendes. Dai-Me o vosso coração vazio e Eu o encherei; dai-Mo despido de tudo e Eu o revestirei; dai-Me as vossas misérias e Eu as consumirei. O que não vedes, Eu vo-lo mostrarei ... Pelo que não tendes, responderei Eu. Há muitas almas que crêem em Mim, mas poucas que acreditam no meu Amor; e, entre as que acreditam no meu Amor, são pouquíssimas as que contam com a minha Misericórdia. .... Se peço amor em correspondência ao que Me consome, não é o único retomo que desejo das almas: desejo que creiam na minha Misericórdia, esperem tudo da minha Bondade, e não duvidem nunca do meu perdão.
Sou Deus, mas Deus de Amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade. O meu Coração é infinitamente santo, mas também é infinitamente sábio e, como conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina-se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita. Amo as almas depois que cometeram o seu primeiro pecado se vêm pedir-Me humildemente perdão. .... Amo-as ainda, quando choram o seu segundo pecado e, se isso se repete, não digo um bilhão de vezes, porém milhões de bilhões de vezes, amo-as e perdôo-lhes sempre e lavo no meu Sangue o último, como o primeiro pecado! Não Me canso das almas e o meu Coração espera sempre que venham refugiar-se nEle, por mais miseráveis que sejam! Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde? Para com esse filho, não são maiores as suas delicadezas e a sua solicitude? Assim também o meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a sua compaixão e a sua ternura. Quantas almas encontrarão a vida nas minhas palavras! Quantas cobrarão ânimo ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno ato de generosidade, de paciência, de pobreza, pode vir a ser um tesouro e ganhar para o meu Coração um grande número de almas. .... Eu não atendo à ação: atendo à intenção. O menor ato, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar-Me tanta consolação! O meu Coração dá valor divino às menores ações. O que quero é amar. Não procuro senão amor. .... Não peço senão amor. O fogo eterno do Inferno será a merecida paga pelo Amor de Deus desprezado, calcado aos pés.
(Revelações tiradas de Convite a uma Vida de Amor, de Sóror Josefa Menendez, 2a. ed., 1948, das págs. 94 a 133)


1. Confirmações do terrível dogma do Inferno

a) Existe o infemo? - Provas pedidas ao Bom Senso. - Pe. Lacroix - Editora S. C. J- Taubaté
Eis o primeiro opúsculo original que apareceu entre nós sobre o palpitante problema do Inferno (1' edição em 1929 e 2a em 1937), com 231 págs., de formato médio (15 x 11 cm). Trata do assunto profunda e sumariamente em doze capítulos, dando em confirmação ao dogma do Inferno quatro provas filosóficas, tiradas do bom senso, e respondendo satisfatoriamente a doze perguntas ou objeções. Como cada dogma da Igreja tem suas razões filosóficas, tiradas do bom senso humano, e como correm mundo, de boca a boca, os mesmos sofismas contra a existência do Inferno, cuidou o autor em salientar, sobretudo, as razões opostas do bom senso comum e examinar, em seguida, o valor das provas aduzidas. Por fim, expõe, no cap. IX a universalidade da crença no Inferno e, no cap. X, a respectiva doutrina do Cristianismo. Em abono da crença geral no Inferno entre os Judeus, cita o autor os seguintes tópicos da Bíblia: Moisés (Deut. 32, 22), Jó (c. 10), Judite (16. 21), Isaías (33, 14 e 34, 24), Jerenúas (23, 40), Daniel (12, 2) e São João Batista (Mat. 3, 12), e conclui: “Eis aí testemunhos de grande valor, alguns dos quais de veneranda Antigüidade. Muitos séculos, pois, antes da história grega e latina, já existia a crença no Inferno, sendo que os Livros sagrados falam nele muitíssimas vezes como numa verdade reconhecida por todos, ao menos por todos os crentes".
Estendia-se a crença no Inferno (Tártaro) e no Purgatório a todos os povos pagãos do mundo antigo. Quanto mais progrediram na cultura, tanto mais documentos deixaram dessas crenças, desde os Assírios, Caldeus e Egípcios até os Gregos e Romanos. Muitos poetas e escritores falaram dessa crença geral entre eles, senão da própria universalidade dessa crença entre todos os povos do mundo. O autor cita os seguintes: Homero, Orfeu, Hesíodo, Lino, Horácio, Ovídio, Virgílio, Sêneca etc.; Sócrates, Platão, Aristóteles, Cícero, Lucrécio, Celso. Eis, como exemplo, um trecho impressionante de Lucrécio (De natura rerum, lib. I, III): “Já não se tem mais sossego, é impossível dormir tranqüilo: por quê? porque se tem que recear, depois desta vida, penas eternas, pelo medo das quais nenhum mortal pode ser feliz .......” 0 ímpio Voltaire confessa (Ad- dit. à l‘Híst. Génér.): "A opinião da existência tanto de um Purgatório quanto de um Inferno é da mais remota Antigüidade". - Surgindo subterfúgios em contrário cumpre não esquecer as palavras de Joubert (Pensées et Essais et Maximes, t. 1, p. 318): "Desde que um raciocínio ataca o instinto e a prática universal, pode ser dificil refutá-lo, mas certissimamente é enganador e falso" (p. 194).
No Novo Testamento salienta-se a crença na existência do Inferno como uma das verdades fundamentais da religião de Cristo. Nosso Senhor não assinalou essa verdade só duas ou três vezes e superficialmente, porém quinze vezes, e isso do modo mais explícito e impressionante, como em Marcos (9, 42), Lucas (16, 19), e Mateus (25, 41). Também os Apóstolos se referiram repetidas vezes ao castigo do fogo eterno, como São Judas (c. 7), São Paulo (II Tess. 1, 9) e São João (Apoc. 14, 11; 20, 10). No sentido óbvio de todos esses textos existe, insofismavelmente, o fogo eterno do Inferno.
b) Cristo e os demônios - Dr. P. Armando Polz (171 págs. de formato francês), Editora S. C. J., Taubaté
O assunto demônios é correlativo ao do Inferno. Se existem espíritos condenados por Deus ao castigo eterno do Inferno, e se esses procuram arrastar consigo, na perdição eterna, o maior número possível de homens, claro é que deve existir, para todos os réprobos, como que uma imensa cadeia infernal, tal como a aponta a fé cristã, um braseiro de tormentos eternos horríveis.
Na introdução, o autor dá uma orientação geral acerca do assunto, expondo a crença pagã, judaica e cristã sobre os demônios.
Quem deve perfeitamente conhecer os demônios não é senão o próprio Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo. De inúmeros textos da Sagrada Escritura tira e concretiza o autor a palavra de Cristo sobre os demônios. Na 1o parte assinala nove características dos demônios; na 2o parte prova o triunfo de Cristo sobre eles todos. Da absoluta superioridade de Cristo sobre o demônio tira o autor a última conclusão da incontestável divindade de Cristo.
Se, pois, existem os demônios, tais quais o próprio Cristo os pintou, como inimigos de Deus e dos homens, deve existir o Inferno, ao qual todos eles estão condenados para sempre, juntamente com os homens seduzidos por eles e revoltados contra Deus.

2.No caminho do Inferno estão os ímpios e os pecadores impenitentes

Os ímpios vêm a ser chamados também os sem-Deus. Nada querem saber de Deus, nem de Cristo e de sua Religião. Chegam mesmo a odiá-los e persegui-los. Formam o imenso exército de satanás neste Mundo. A ele pertencem, como chefes invisíveis, a maçonaria e as similares sociedades secretas. A ele pertencem todos os niilistas, anarquistas, bolchevistas e comunistas militantes do Mundo. A ele pertencem todos os sem-Deus, que o negam teórica ou praticamente e vivem sem Ele. Inúmeros estão nessa condição. A conseqüência é fatal: como nada querem saber de Deus durante a vida e perseguem a religião o mais que podem, sua sorte eterna não pode ser senão a dos sem-Deus, a serem relegados ao Inferno e atormentados pelos demônios por toda a eternidade.
No caminho do Inferno estão igualmente todos os pecadores impenitentes. São Paulo preveniu (I Cor. 6): "Não vos enganeis: nem os ímpios, nem os idólatras, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os ébrios possuirão o reino do Céu”. Além dos pecados de ação, há os de omissão, deixando-se de cumprir graves obrigações de estado ou de profissão, do estado matrimonial, sacerdotal ou religioso, da profissão exercida ou do cargo assumido. Ninguém pode dispensar-se do seu cumprimento. Dai resulta na vida de cada um, a possibilidade de cometer numerosos pecados mortais, por pensamentos, palavras e obras, pecados de orgulho, de injustiça e de luxúria.
Se o pecado grave em si merece o castigo do Inferno, só atira ao mesmo, caso não seja retratado, arrependido e reparado, como acontece na impenitência final do homem que morre em seu pecado ou impenitente. Errar e pecar é humano, mas obstinar-se no erro e perseverar no pecado, é diabólico. Se no momento de pecar o homem se deixa facilmente fascinar pelo deleite pecaminoso, logo depois de cometido o pecado, os olhos se lhe abrem e volta-lhe o bom senso; ele sente-se então naturalmente envergonhado e levado ao arrependimento. Se pelo contrário ele se obstinar no pecado, tanto mais culpado ele se torna. A obstinação no mal é um pecado contra o Espírito Santo. O adiamento da conversão leva muitíssimas vezes ao sumo castigo da impenitência final e conseguintemente ao Inferno.
N. B. - Como dedução lógica do que vem exposto cumpre finalmente notar que, além dos declarados inimigos de Deus, cairão fatalmente no Inferno todos os que desse nada querem ouvir, ler e saber, e que com Ele não se importam e vivem como se Ele não existisse.

3. Alternativa fatal

Deus colocou o homem num mundo de maravilhas que o encantam, com a ordem de dominar as criaturas, de usá-las sem abusar delas, de dar a Ele o que Lhe deve, de adorá-Lo, glorificá-Lo sobre tudo, e de amar o próximo como a si próprio. Deu-lhe suficiente inteligência, para discernir o bem do mal, e suficiente força para evitar o mal e praticar o bem. Pela oração oferece-lhe quantas graças ele precisar, para cumprir o seu destino.

Enquanto o homem vive na Terra, acha-se atirado entre dois extremos, entre a definitiva posse de Deus no Céu e a sua definitiva perda no Inferno. Cumpre-lhe escolher entre o Sumo Bem e o Sumo Mal. Por sua vida revela-se pró ou contra Deus, amigo de Deus ou revoltado contra Ele. Se o homem preferir os bens perecíveis deste Mundo às recompensas espirituais do outro, perderá todos eles, os deste e os do outro Mundo. No fim da vida ficará relegado ao extremo oposto a Deus, entregue aos demônios e abandonado aos mais horríveis tormentos do Inferno.
Cada dia da sua vida encontra-se o homem de novo nesta terrível alternativa, quanto a sua sorte definitiva eterna. A essa alternativa ninguém pode fugir. Para todos é a fatalidade final. Ao morrer, cada um receberá a recompensa do que tiver preferido em sua vida terrestre cada dia mais seguramente: ficará com Deus no Céu eternamente, ou ficará relegado ao Inferno, para o lugar da reprovação eterna e de tormentos sem fim. Ninguém escapará a esse dilema, a essa alternativa fatal. Ninguém fugirá das mãos de Deus. Diante de Deus, não há fuga possível, senão para Ele.

4.Temor e amor de Deus

Antes de tudo insistiu Nosso Senhor para com seus ouvintes na indispensável necessidade do santo temor a Deus. Basta lembrar o texto de São Mateus (10, 28): "Não temais aos que podem trucidar o corpo, mas não podem matar a alma. Muito antes temei Aque- le que pode atirar corpo e alma ao Inferno". - O papel que na vida espiritual cabe ao temor a Deus é básico: "É a última barreira contra a qual vem esbarrar a violência da tentação. Se ela ficar firme, o homem se salva do naufrágio do pecado. Se ela não resistir, toma-se ele vítima da própria perversidade" (p. 62 da obra citada). Em realidade: "O temor de Deus é o início da sabedoria” (Prov. 1, 7).
O temor e o amor a Deus não se excluem, mas superpõem-se e completam-se mutuamente. Entre ambos há mais o motivo de interesse. Temor, interesse e amor, lícitos ou ilícitos, são os três únicos motivos que põem e mantêm o Mundo inteiro em movimento. Se o amor a Deus não é suficiente para levar o homem a cumprir a lei de Deus, restam os dois primeiros motivos, o do próprio interesse e o do temor a Deus. Esse é o último recurso de Deus para obrigar o homem a andar direito e cumprir os seus deveres. Deus aceita o serviço e o arrependimento humanos inspirados pelo temor reverencial ou filial, como também os inspirados pelo medo ao castigo, pelo que o pecador se afasta realmente do pecado, porque ofende e irrita a Deus. Fora da confissão, só vale a contrição perfeita de amor a Deus para se obter perdão. Resulta daí o imenso beneficio e a imensa vantagem que a Confissão oferece aos Católicos.
Foi por amor ao homem que Deus criou o Mundo com todas as suas belezas. Foi por amor que Deus destinou o homem a viver um dia juntamente com Ele no Céu, em companhia de todos os Anjos e Santos. No entanto, o homem devia querer e merecer essa felicidade, e tomar-se digno da companhia divina por uma adequada vida e fidelidade a Deus. Esta é a razão do estado transitório do homem e da provação a que ele está submetido neste Mundo até a sua morte. O próprio Inferno, Deus o criou por amor aos homens, para obrigar-nos e quase forçar-nos a amá-Lo devidamente. Mas quem se recusar a se render ao amor de Deus e obstinar-se por maldade em servir aos ídolos da Terra, perderá fatalmente o Céu com a eterna felicidade, e cairá no Inferno de tormentos eternos. Enquanto, porém, o homem continuar a viver neste Mundo, Deus procura, sem cessar, atraí-lo para Si e convertê-lo, oferecendo-lhe graça e perdão. De braços abertos acolherá a qualquer momento o filho pródigo contrito, com suma bondade e misericórdia.

5. Ilimitada confiança na infinita bondade e misericórdia de Deus
(Revelações tiradas de Convite a uma Vida de Amor, de Sóror Josefa Menendez, 2a. ed., 1948, das págs. 94 a 133).


Ensinar-te-ei os meus segredos de amor, e tu serás exemplo vivo da minha Misericórdia, porque, se tenho tanto amor e predileção por ti que não és mais que miséria e nada, que não farei Eu por muitas outras almas mais generosas do que tu?
Farei conhecer que a minha obra repousa sobre o nada e a miséria, e que esse é o primeiro anel da cadeia de amor que desde toda a eternidade preparo às almas.

Farei conhecer até que ponto o meu Coração as ama e lhes perdoa. Vejo o íntimo das almas. .... O ato de humildade que fazem reconhecendo sua fraqueza. .... Pouco se Me dá a fraqueza delas. .... Supro o que lhes falta.

Farei conhecer como é que o meu Coração se serve dessa fraqueza para dar a vida a muitas almas que a perderam. Farei conhecer que a medida do meu Amor e da minha Misericórdia para com as almas caídas não tem limites. ....
Se tu és um abismo de miséria, Eu sou um abismo de Bondade e Misericórdia. O meu Coração é teu refúgio. Vem procurar nele tudo aquilo de que precisas, ainda mesmo que se trate de coisa que Eu te peça.
Não julgues que deixarei de amar-te por causa das tuas misérias, não: meu Coração ama-te e não te abandonará jamais. Bem sabes que é propriedade do fogo abrasar e destruir: assim é próprio do meu Coração perdoar, purificar e amar.

Não te disse muitas vezes que o meu único desejo é que as almas Me dêem as suas misérias? Se não ousas aproxímar-te de Mim, aproximar-Me-ei Eu de ti.
Quanto mais fraquezas encontrares em ti, tanto mais Amor encontrarás em Mim. Pouco Me importam as tuas misérias, o que Eu quero é ser o Dono de tua miséria.
A tua pequenez dá lugar à minha grandeza. .... A tua miséria e mesmo os teus pecados dão lugar à minha Misericórdia. .... A tua confiança atrai o meu Amor e a minha Bondade.

Não vos peço senão aquilo que tendes. Dai-Me o vosso coração vazio e Eu o encherei; dai-Mo despido de tudo e Eu o revestirei; dai-Me as vossas misérias e Eu as consumirei. O que não vedes, Eu vo-lo mostrarei ... Pelo que não tendes, responderei Eu.
Há muitas almas que crêem em Mim, mas poucas que acreditam no meu Amor; e, entre as que acreditam no meu Amor, são pouquíssimas as que contam com a minha Misericórdia. ....

Se peço amor em correspondência ao que Me consome, não é o único retomo que desejo das almas: desejo que creiam na minha Misericórdia, esperem tudo da minha Bondade, e não duvidem nunca do meu perdão.
Sou Deus, mas Deus de Amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.
O meu Coração é infinitamente santo, mas também é infinitamente sábio e, como conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina-se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita.
Amo as almas depois que cometeram o seu primeiro pecado se vêm pedir-Me humildemente perdão. .... Amo-as ainda, quando choram o seu segundo pecado e, se isso se repete, não digo um bilhão de vezes, porém milhões de bilhões de vezes, amo-as e perdôo-lhes sempre e lavo no meu Sangue o último, como o primeiro pecado!

Não Me canso das almas e o meu Coração espera sempre que venham refugiar-se nEle, por mais miseráveis que sejam! Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde? Para com esse filho, não são maiores as suas delicadezas e a sua solicitude? Assim também o meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a sua compaixão e a sua ternura.
Quantas almas encontrarão a vida nas minhas palavras! Quantas cobrarão ânimo ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno ato de generosidade, de paciência, de pobreza, pode vir a ser um tesouro e ganhar para o meu Coração um grande número de almas. .... Eu não atendo à ação: atendo à intenção. O menor ato, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar-Me tanta consolação! O meu Coração dá valor divino às menores ações. O que quero é amar. Não procuro senão amor. .... Não peço senão amor.
O fogo eterno do Inferno será a merecida paga pelo Amor de Deus desprezado, calcado aos pés.

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