"Nosso dever é procurar que todos os homens busquem ao Senhor e depois de nos instruir uns aos outros afim de que que sintam este dever para continuá-lo através dos tempos e da humanidade até o fim dos dias".

205. - Os desígnios de Deus são misteriosos e também assombrosos... surpreendentes...

Quando escutava aquela profecia: "Nascerá de uma Virgem..." não a comprendia bem e jamais imaginaria, até o dia em que o anjo me falou, que Deus fazendo-se homem nasceria de mim. Eu não podia saber antes desse dia, posto que assim estava no desígnio de Deus.

E os desígnios são misteriosos e também surpreendentes... No Concílio de Jerusalém (esta é a recordação para hoje), Pedro foi muito claro: "Irmãos, sabeis que Deus neste tempo nos escolheu. Nós, por esta escolha pusemos confiança n'Ele, sabendo que seu Espírito nos guiará, nos inspirará, nos falará, já que esta é nossa tarefa:  n'Ele salvar, n' Ele pescar e isso prova sua divindade, posto que podeis já ver as grandes coisas que Ele fez em nós, pobres seres...".

As mãos de Pedro seguiam tendo ainda os calos causados pelas redes pesadas que ele trazia à margem ou a barca com aquelas grossas cordas: mas a sabedoria de Deus nele o convertia em pescador de homens, não mais de peixes. Estavam todos reunidos e se sentia invisível a presença de Jesus. Eu estava em silêncio escutando-o e a Igreja crescia.


"Nosso dever é procurar que todos os homens busquem ao Senhor e depois de nos instruir uns aos outros afim de que que sintam este dever para continuá-lo através dos tempos e da humanidade até o fim dos dias... Irmãos, quando o Rabi nos escolheu, nos falou entre os mais ignorantes, olhou nossos corações e parece que não viu nossas debilidades.

Se Ele tivesse escolhido os mais doutos, esta Igreja sua com o passar do tempo seria menos crível, mas o verdadeiro motivo é este: nos escolheu a nós ignorantes, débeis, comuns, para mostrar ao mundo através de nós, para atestar que Deus faz grandes coisas em quem Ele escolhe e que não somos nós que curamos e exorcizamos, mas que é Ele em nós! Faz falta viver na humildade para que Ele entre e realize sua obra. Recordai Suas palavras".

E Pedro tinha os olhos cheios de lágrimas e lhe tremia a voz: "Sereis outros Eu e sereis fermento e sal!" "Não eram palavras para nós tão só, são palavras para todos seus apóstolos..."

E Pedro revivia a escuta as palavras de Jesus e Eu com ele, desde as primeiras palavras, desde os primeiros vagidos, ouvia aquela voz: "Mamãe..." Essa noite vieram todos onde nós estávamos e se falou do Concílio.

O primeiro Concílio! Todo Concílio é uma reunião para decidir, ratificar, confirmar... Faz falta santidade e inspiração. Faz falta orar, orar, orar, antes de um Concílio. Deve-se amar a Igreja para participar nela. Amar a Igreja. Amar a Deus!

Nessa noite até tarde, falavam ainda desta Igreja que crescia entre conflitos e que seguia adiante, cresceu, e segue combatida: no entanto é sempre milagrosa!

E aquelas palavras que se repetem e que são sempre novas: o Evangelho! O Evangelho, vivê-lo quer dizer amar ao meu Filho e n'Ele amar o próximo.

Nessas horas de saudade, aquelas que tu vives, são confortadas por sua viva presença  invisível: "Mãe, estou contigo!".

"Senhora, como pudestes suportar essa dor?" Assim me perguntou Lucas. "Deus me deu a força, mas a dor é dor!" Uma realidade em nossa alma que levamos dentro de nós, mesmo que seja confortada, até o final dos dias...

Os dias têm um fim, a dor se desvanece, em nossas almas ao reunir-nos de novo penetra a pura felicidade: "Mãe, chegastes em casa!".

O Reino de Jesus é nossa casa. Eu estava em silêncio e escutava suas palavras, eles se interessavam em me escutar. "Senhora, és Sua Mãe e para nós é como se fosses nossa Mãe!".

A Igreja crescia, sucediam curas e conversões...

Agora também sucedem e sempre nem são acreditadas as curas nem sequer as conversões que são ainda mais importantes. E no entanto, cada dia curo almas.

1 de agosto de 1985