146. No tempo da terra haveria de ter tantos nomes.
Quando vivia na terra, no tempo que vós sabeis, vivia naquela casa, que conheceis porque é um pouco também vossa, e nunca houvera imaginado que no tempo da terra haveria de ter tantos nomes... Sinto-Me ainda como então, Myriam de Nazaré, eleita por Deus para dar ao mundo, para redimi-lo, a Ele mesmo, a Deus de Deus.
Estava só naquele dia, quando o Anjo me apareceu. Nestes tempos a Igreja vive momentos escuros, e tudo o que é do espírito, e por tanto inexplicável, frequentemente é escondido, como sucede com o rosto dos Anjos. Por que tem penetrado o materialismo na Igreja?
Através dos homens, certo, a Igreja de Jesus é sempre a mesma nos séculos, como o é sua Palavra. Passarão os homens, sucederão os eventos, correrão as nuvens varridas pelo vento, haverá sempre folhas caídas e edifícios arruinados transformados em escombros... haverá guerras e rumores de guerras... mas a Palavra de Jesus será sempre a mesma: o tempo é para os homens, mas foi criado por Deus!
E Deus, está sobre o tempo e não passa, como não passa Sua Palavra! O Deus de Deus, meu Filho, se encarnou para sofrer, para redimir, e o que disse permanecerá: e por isso também sua Igreja, e o Evangelho, e toda criatura que ama e que O ama, e também toda criatura que não O pôde conhecer, mas que O há intuído e O há sabido amar. A Igreja!
Em Nazaré, em nossa casa, nossa vida aparecia como normal, monótona talvez para quem não sabia quem éramos.
Eu Myriam, haveria de ter muitos nomes: Nossa Senhora de Fátima, a Virgem das Lágrimas, a Virgem da Guarda, a Virgem do Pilar, Notre Dame... Muitos nomes, muitas línguas...
Muitos nomes me tem dado os homens de todo o mundo, e Eu Myriam, escolhi um nome para vós. A Virgem do Pão! O pão vivo que vive como sangue de meu Filho, o pão que alimenta a alma: o símbolo do sacrifício.
O pão que se transforma em sangue, uma parte do Coração de Jesus: Sangue vivo que entra em vossos corações!
Eu pensava no que o anjo Gabriel me tinha dito nos momentos em que meu coração se atemorizava. Temia o tempo da dor, porque sabia; mas não sabia quando haveria de suceder.
Quando Jesus se foi de casa, soube que aquele tempo se iniciava.
"Mãe, quando me chames com o pensamento Eu te escutarei e Tu saberás que então estarei junto de Ti com meu Espírito..." O espírito escuta, capta, envia e recebe. É necessário que vós saibais usar o espírito. Tu quando pensas, chamas, escutas e és escutada. É um regalo grande para ti e para muitos. Saber usar o espírito. Não é fruto da vontade própria usar o espírito, senão da própria pureza.
Para crescer para o alto, é necessário ser puro. No entanto, nem todos podem ter dons particulares, porque só Deus sabe e escolhe quem está no desígnio.
O desígnio de uma jovem vida destroçada e de uma grandíssima dor. Sem dor não há dom particular. Os falsos profetas não viveram a dor. E não uma simples dor suportável, mas que para todos a vida é uma prova, porém os dons particulares implicam uma dor que somente com a ajuda de Deus se suporta. Embaixo da Cruz sofri a dor de muitas mães, por isto vos compreendo.
Em Nazaré, em casa levava aquele paninho branco, tinha dois iguais, e aquele vestido tecido por Mim, me servia para fazer os afazeres de casa. Agora me haveis regalado com vestidos de seda adornados com ouro, e vos agradeço: é amor, mas o regalo deste meu retrato, com aquele vestido e aquele paninho branco é muito apreciado por Meu Coração.
"Pequena Virgem do Pão, leva meu amor a teu Filho, ajuda-me a pedir-lhe ajuda para minha alma e para meus dias. Dai-nos a paz do espírito: o pão vivo e a tranquilidade na vida terrena e o pão com mel de cada dia, com o qual possamos, fortes em espírito e tranquilos, trabalhar todos os dias para Vós. Assim seja!"
Eu escutarei, Jesus escutará, e não importa se as palavras são fórmulas ou é sentimento. Nós escutamos o amor.
A pequena cozinha estava quente aquela noite, uma noite de inverno, olhávamos a chama...
"Mãe, tu sabes quem sou Eu, mesmo agora que sou Teu menino. Mamãe, Tu estavas num desígnio! e também outros estarão em um desígnio. Nos desígnios há sempre dor, pureza, serenidade, espiritualidade! Quem vive em um desígnio, tece fios dourados para os irmãos e é luz no mundo!"
A cozinha estava quente, fora fazia frio e havia vento, Nós nos escutávamos com a alma.
13 de Dezembro de 1983.
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