87. É necessário despertar a fé.
Quando conheci José, senti por ele um afeto fraternal. Eu não sabia que não haveria nunca de amar a José como esposo, não tinha capacidade de amar no sentido terreno: devia ser o cálice puro de Jesus. José, foi realmente santo, e é o exemplo para os sacerdotes que devem, sentir a todos como filhos, sem serem pais, é o exemplo da castidade que tanto agrada a Deus.
É o exemplo da renúncia e da humildade. Amou a Jesus como um verdadeiro pai, e como era verdadeiro Deus, o adorou:
"Myriam, nós, estamos vivendo uma coisa tão grande, que nem sequer logramos compreendê-la..."
"José, por que justamente nós?"
Quantas vezes nós o temos perguntado... Volto a ver a nossa cozinha, o fogão, os bancos ao redor da mesa, a lâmpada, o banquinho de Jesus, meus vasinhos com flores, a janelinha que dava para a horta e a porta para o jardim.
Era muito bonita aquela cozinha, e mesmo sendo pobre tinha todo o necessário, e mesmo não sendo grande acolheu no tempo a muitos e muitos hóspedes.
Jesus era a vida de nossa casa. Jesus é a vida do mundo!
Quando Eu apareço em vários lugares do mundo, não tenho falado por certo daquela minha vida; talvez por isso muitos me creem diferente, fui uma mãe como tantas outras.
Como Mãe de Deus, a diferença de todas, tive o grandíssimo privilégio de levar entre os braços a Deus. Vi-O crescer e fazer-se homem e O amei como filho, e como Deus. Também isto pode parecer um mistério, como se pode compreender o que não se prova?
"Mãe, acendo Eu o fogão, assim Tu podes enquanto isso preparar a ceia, e depois a cozinhas..."
Perfumes, sensações, sentimentos... Preparava a ceia, Jesus acendia o fogão enquanto José estava na oficina. Depois, reunidos na mesa, gozávamos da serenidade que vem de estarmos juntos, querendo-nos muito.
"Mesmo que não saibam, Eu percebo vossos pensamentos... Conheço a cada um de vós, estou no meio de vós e em vós!"
Os dias na aparência eram todos iguais durante aqueles anos, a nossa vida poderíamos considerá-la como monótona. A Mim gostava de vivê-la, mesmo com o temor e debaixo da sombra daquela Cruz. Não obstante gozava de momentos de paz, já que vivia dia por dia.
"Por que Deus me elegeu e por que elegeu neste tempo?"
Estas perguntas as repetia a mim mesma e não encontrei nunca uma resposta. Agora sei, e também vós no Reino sabereis, o porquê dos desígnios e o porquê das eleição.
No Reino tudo é maravilhoso, e sem o tempo, tudo é distinto, e não se pode explicar a quem está no tempo.
Vinham visitar-nos os amiguinhos de Jesus, vinham à miúdo Santiago e Judas e também Eu tive algumas amigas e entre nós se falava dos filhos e da casa. E também e sobretudo de Deus!
Falar de Deus é como entrar nos umbrais do Reino, parece como se saíssemos do tempo! As pessoas falam pouco de Deus. Há que despertar a fé: vede estas palavras iguais as que dizia Jesus!
Às vezes dava com Jesus algum passeio longo, Jesús gostava de recolher florzinhas ou plantinhas, e é Deus! A vida humana é feita de grandes e pequenas coisas, assim também era minha vida, com grandes contrastes. Levei Deus no coração e entre os braços, e era como todas as demais mulheres, gostava da pequena vida cotidiana, a casa e das outras coisas daquele tempo. Matéria e espírito!
O homem foi feito assim, deve cuidar da matéria e deve elevar o espírito!
22 de Fevereiro de 1982
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