Jesus, nosso único amor

Jesus, nosso  único amor
Olhai sempre por nós

Sejam bem vindos e mergulhem no Amor de Deus por nós!

Tudo por um mundo cheio do Amor Incondicional de Deus por nós. Mudemos o mundo levando as imagens invisíveis do Céu para a humanidade que hoje só crê nas imagens visíveis.

ZELAR PELA MÃE TERRA

ZELAR PELA MÃE TERRA
Minha doce Mãe, te ofereço essas flores!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A NOITE ANTES DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

3. A noite antes da ressurreição de Jesus.


Pouco depois vi o sepulcro do Senhor. Tudo ali estava quieto e sossegado; cerca de sete guardas estavam sentados ou em pé, defronte e em redor do rochedo. Cássio raras vezes se afastara, durante todo o dia e por poucos instantes; lá estava de novo mergulhado em meditação sobre muitas coisas e em expectativa; pois receberam muitas graças e iluminações e estava interiormente esclarecido e comovido.

Era noite e os braseiros diante da gruta sepulcral projetavam uma viva luz em redor; então me aproximei, na minha contemplação, do corpo sagrado, para o adorar: jazia ainda inalterado, envolto nos panos, rodeado de luz, entre dois Anjos, que vi continuamente, desde que foi levado à sepultura, do lado da cabeça e dos pés, em silenciosa adoração.

Esses Anjos eram como figuras sacerdotais e lembravam-me vivamente os Querubins da Arca da Aliança, pela posição, com os braços cruzados sobre o peito; somente não lhes vi asas. Em geral a sepultura e o túmulo do Senhor me lembravam por diversas vezes extraordinariamente a Arca da Aliança, em várias épocas da história. Talvez que a luz e a prece dos Anjos de tenham tornado até certo ponto visíveis a Cássio e por isso ficasse em contínua contemplação diante do sepulcro fechado, como alguém que adora a SS. Sacramento.

Durante a minha adoração, tive a impressão de que a alma do Senhor, com as almas remidas dos patriarcas, entrava pelo rochedo na gruta, fazendo-os conhecer todo o martírio do seu santo corpo. Nesse mesmo momento me parecia que todos os invólucros eram tirados; vi o corpo sagrado cheio de feridas e era como se a divindade, que lhe permanecia unida, o mostrasse às almas de maneira misteriosa, em todos os maus tratos e cruel martírio que padecera. Parecia-me inteiramente transparente e visível todo o seu interior. Podiam-lhe conhecer as feridas, dores e sofrimentos, nas partes mais íntimas. As almas estavam cheias de indizível respeito e pareciam estremecer e chorar de compaixão.

Entrei depois numa contemplação, cujo mistério, em toda a extensão, não posso contar claramente. Vi a alma de Jesus entrar-lhe no corpo sagrado, sem lhe restituir a vida pela perfeita união e com ele sair do sepulcro; pareceu-me que os dois Anjos, que adoravam nas duas extremidades do túmulo, levaram o santo corpo martirizado para cima, nu, desfigurado e cheio de feridas, ereto, mas com os membros na posição em que estavam no túmulo.

Vi-os subir ao céu, passando pelo rochedo que tremeu; tive uma visão de Jesus, apresentando o corpo martirizado ao trono do Pai Celestial, no meio de inúmeros coros de Anjos em adoração, do mesmo modo que as almas de muitos profetas tomaram os respectivos corpos, depois da morte de Jesus, conduzindo-os ao Templo, sem que eles vivessem verdadeiramente e tivessem de morrer de novo; pois foram depois depostos pelas almas sem separação violenta. Nessa contemplação não vi as almas dos patriarcas acompanharem o corpo do Senhor. Também agora não me lembro mais onde ficaram, até que as vi novamente reunidas à alma do Senhor.

Notei nessa contemplação um tremor do rochedo do sepulcro; quatro dos guardas tinham ido à cidade buscar qualquer coisa, três que estavam presentes, caíram como que desmaiados. Atribuíram-no a um terremoto, não percebendo a verdadeira causa. Cássio, porém, estava muito comovido e abalado; pois viu algo do que se passou, sem ter entretanto uma clara compreensão. Mas permaneceu no posto, esperando com profundo respeito o que ia acontecer. No entanto voltaram os soldados ausentes.

Minha contemplação tornou a dirigir-se depois às santas mulheres. Depois de terem terminado a preparação das especiarias, que foram envolvidas em panos e arrumadas para se levarem comodamente, retiraram-se novamente para as celas; não se deitaram, porém, para dormir, encostaram-se apenas nos leitos enrolados, para descansar, porque queriam ir ao sepulcro de Jesus antes de amanhecer.

Tinham manifestado várias vezes receios a respeito dessa intenção; pois tinham medo de que os inimigos de Jesus lhe pudessem fazer mal, se saíssem. Mas a Santíssima Virgem, reanimada desde a aparição de Jesus, consolou-as e disse-lhes que descansassem um pouco e depois fossem sossegadamente ao sepulcro, que não lhes sucederia mal algum. Assim foram descansar um pouco.

Eram, porém, cerca de onze horas quando a Santíssima Virgem, impelida pelo amor e pela saudade, não achou mais sossego; levantou-se, envolveu-se inteiramente no manto cinzento e saiu sozinha de casa. Pensei ainda: “Ah! Como podem deixar sair sozinha nestas condições a santa Mãe, tão angustiada e abatida?” Vi-a, porém, ir cheia de tristeza até à casa de Caifás e dali até ao palácio de Pilatos, o que significava uma longa volta para dentro da cidade.

Assim percorreu sozinha toda a via sacra de Jesus, pelas ruas desertas, demorando-se nos lugares onde o Senhor sofrera qualquer dor ou mau trato. Era como se procurasse algo que tivesse perdido. Muitas vezes se lançava por terra, apalpava com as mãos as pedras em redor, tocando depois com a mão a boca, como se tivesse tocado numa coisa sagrada, o sangue do Senhor e o beijasse respeitosamente. Estava, porém, num estado sobrenatural; pelo amor via tudo em redor de si luminoso e claro, estava toda absorta em amor e adoração. Acompanhei-a pelo caminho e senti e fiz, na medida de minhas poucas forças, tudo quanto ela sentiu e fez.

Ela seguiu o caminho da cruz até o Monte Calvário. Quando se aproximou deste, parou de repente e vi Jesus, com o santo corpo torturado, aparecer diante da Santíssima Virgem; um Anjo ia á frente, os dois Anjos que o adoravam no sepulcro, iam ao lado, seguindo-se um grande número de almas remidas. O corpo não se movia, era como um cadáver ambulante, rodeado de luz; mas ouvi sair dele uma voz, que anunciou à Mãe Santíssima o que Ele tinha feito no limbo e que em breve ressuscitaria, com corpo vivo e glorificado e viria ao seu encontro; que o esperasse perto da pedra em que caíra, no Monte Calvário. Vi depois essa aparição se dirigir à cidade e a Santíssima Virgem, envolta no manto, prostrando-se de joelhos, rezar no local onde o Senhor a mandara esperar. Já devia ser mais de meia noite, pois Maria gastara muito tempo em seguir a via sacra.

Vi, porém, o cortejo do Senhor percorrer também todo o caminho da cruz. todo o suplício e os padecimentos de Jesus foram mostrados às almas e os Anjos colheram, de maneira misteriosa, toda a substância sagrada que lhe fora arrancada, durante a Paixão. Vi que lhes foi mostrado também a crucifixão, a elevação da cruz, o golpe da lança no lado, a descida da cruz e a preparação para a sepultura; a Santíssima Virgem contemplou tudo em espírito e adorou-O com amor.

Vi então, na contemplação, o corpo do Senhor jazendo novamente no túmulo e que os Anjos lhe tinham restituído, de maneira misteriosa, tudo quanto lhe fora tirado, durante o suplício. Vi-o de novo envolta na mortalha, rodeado de esplendor e os dois Anjos em adoração, nas extremidades do túmulo, do lado da cabeça e dos pés. Não posso explicar como O vi; são tantas e tão variadas coisas, tão inefáveis, que a nossa inteligência não as pode compreender segundo as leis comuns da natureza. Quando as vejo, é tudo tão claro e compreensível, mas depois de me turva a mente, de modo que não o posso claramente descrever.

Quando o céu clareou-se a leste de um alvo rasto luminoso, vi Madalena, Maria Cléofas, Joana Cuza e Salomé, envoltas nos mantos, saírem da habitação, no Cenáculo. Levavam sob os mantos as especiarias, embrulhadas nos panos e uma delas levava também uma lanterna acesa. As especiarias constavam de flores vivas, para serem espalhadas sobre o corpo e de suco extraído de plantas, essências e óleos, que queriam derramar sobre ele. Vi as santas mulheres encaminharem-se, com muito receio, em direção à portinha de Nicodemos.




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