Viagens e trabalhos apostólicos de S. Paulo
Quando Paulo e Barnabé trabalhavam em Antioquia, foram escolhidos pelo Espírito Santo para o apostolado entre os gentios. Sendo ordenados bispos, cumpriram depois fielmente a tarefa que lhes fora dada.
São Paulo empreendeu três grandes viagens missionárias. A primeira fê-la com Barnabé. De Antioquia se dirigiram primeiro à ilha de Chipre, onde se converteu o governador da ilha de Pafos: Sérgio Paulo. Depois continuaram a viagem até Antioquia, na Pisídia. Mas como ali os judeus contradiziam ao que Paulo ensinava, disseram Paulo e Barnabé:
“Éreis os primeiros a quem se devia anunciar a palavra de Deus; mas porque a rejeitais e vos Julgais indignos da vida eterna, desde já nos vamos daqui, para os gentios”.
Alegraram-se os gentios, dos quais muitos aceitaram a palavra de Deus. Em Icônio o povo quis maltratar e prejudicar os dois missionários, que por isso fugiram para Listra. Paulo curou nessa cidade um homem que nascera coxo e o povo quis por isso os adorar como deuses; eles, porém, o impediram; mas pouco depois vieram os judeus, agitando o povo; Paulo foi apedrejado e deixaram-no como morto. No dia seguinte pôde partir com Barnabé para Derbe, donde voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, na Pisídia.
“Confirmaram os corações dos discípulos, exortando-os a perseverar na fé, e ensinando-lhes que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. Por fim, tendo-lhes ordenado em cada Igreja presbíteros e feito orações com jejum, os deixaram encomendados ao Senhor, no qual tinham crido”.
Passando por Perge e Átila, voltaram para Antioquia, onde tinham começado a viagem e pouco depois se encaminharam para Jerusalém, a fim de tomar parte no Concílio dos Apóstolos (no ano 50), cuja decisão levaram depois à comunidade de Antioquia.
São Paulo fez a segunda viagem acompanhado pelo discípulo Silas. Visitaram primeiro as Igrejas da Síria e Cilícia, que ficavam no caminho de Listra, onde Timóteo se lhes juntou. Dali viajaram pela Frigia, Galícia e Mísia, para Troas.
“E à noite teve Paulo esta visão: achava-se ali em pé um homem macedônio, que lhe rogava e dizia: “Parte para a Macedônia e ajuda-nos!”
Embarcaram, pois, sem demora, depois de Lucas se lhes ter juntado, em Troas. Em Filipos se converteu uma mulher, por nome Lídia, que comerciava em púrpura. Paulo livrou também uma escrava do demônio, pelo que foi acusado e, juntamente com Silas, açoitado e lançado no cárcere.
“Mas à meia-noite, postos em oração, Paulo e Silas louvavam a Deus e os que estavam na prisão, os ouviam. E subitamente se sentiu um terremoto tão grande, que se moveram os fundamentos do cárcere. E abriram-se logo todas as portas e foram soltas as prisões de todos. Tendo, pois, despertado o carcereiro e vendo abertas as portas do cárcere, tirando da espada, queria matar-se, achando que tinham fugido os presos. Mas Paulo bradou-lhe em voz forte: “Não te faças mal algum porque todos nós aqui estamos”. Então, tendo pedido luz, entrou lá dentro o carcereiro e, todo tremendo, se lançou aos pés de Paulo e Silas e tirando-os para fora, disse-lhes: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar”? E eles disseram: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua família”. E pregaram-lhe a palavra do Senhor e a todos de casa. E tomando-os naquela mesma hora da noite, o carcereiro lavou-lhes as chagas e imediatamente foi batizado, com toda a família. (Cap. 16, 25-33).
Posto em liberdade, dirigiu-se Paulo à Tessalônica, anunciando Jesus, ressuscitado dos mortos; mas, prevendo uma perseguição, logo que chegou a noite continuaram a viagem e foram a Beréa. Como também ali os judeus agitassem contra eles o povo, Paulo deixou nessa cidade Silas e Timóteo, encaminhando-se para Atenas. Ali, em pé no meio do areópago, anunciou aos filósofos gentios o Deus desconhecido:
“Homens atenienses, em tudo e por tudo vos vejo um pouco excessivos no culto da vossa religião. Pois passando e vendo os vossos ídolos, achei também um altar, em que estava escrito: Ao Deus desconhecido. Pois esse Deus que adorais sem o conhecer, é de fato O que vos anuncio. Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos pelos homens, nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma criatura, quando Ele mesmo é o que dá a todos a vida e a respiração e todas as coisas. Ele fez de um só casal todo o gênero humano, para que se espalhasse por toda a face da terra e regulou e determinou a ordem dos tempos e os limites da existência humana, para que os homens buscassem a Deus, se porventura o pudessem tocar ou achar, ainda que não esteja longe de cada um de nós. Pois nEle vivemos e nos movemos e existimos, como ainda disseram alguns dos vossos poetas: porque somos também de sua linhagem. Sendo, pois, linhagem de Deus, não devemos pensar que a Divindade seja semelhante ao outro ou à prata ou à pedra lavrada por arte e indústria do homem. Deus, dissimulando por certo os tempos desta ignorância, comunica agora aos homens que todos, em todo o lugar, façam penitência. Pois determinou um dia em que há de julgar o mundo, conforme a justiça, por aquele Homem que destinou para juiz, do que dá certeza a todos, ressuscitando-O dentre os mortos”.
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